Três mil pessoas coloriram as ruas de Florianópolis e levaram o recado para os políticos brasileiros: Não vamos aceitar o golpe, queremos uma nova política econômica e Cunha tem que ir pra cadeia!
Por Sílvia Medeiros.
Mulheres, homens, crianças, jovens, negros, ciclista, cadeirante, milhares de pessoas de todos as regiões do estado foram às ruas da capital de Santa Catarina para mostrar que não vão aceitar retrocesso na democracia brasileira e que querem uma nova postura do governo Dilma em relação à política econômica.
O ato organizado pela Frente Brasil Popular de Santa Catarina, que reúne diversos movimentos sociais, sindicais e partidos políticos do estado, foi às ruas no dia 16 de dezembro para dialogar com a sociedade sobre os riscos para a classe trabalhadora, caso se efetive o golpe de estado. A concentração começou na Praça Tancredo Neves, que fica em frente à Assembleia Legislativa, local em que estava sendo votado o Plano do Magistério.
Ao tentar entrar na Alesc, os manifestantes do ato foram barrados pela Tropa de Choque da Polícia Militar. Jacir Zimmer, Secretário do Meio Ambiente da CUT-SC e um dos organizadores do ato, destacou que essa truculência é característica dos governos de direita, que querem à todo custo retomar o comando do país.
“Não é somente o governo da Dilma que sofrerá as consequências num ataque à democracia, quem sofrerá serão os trabalhadores! É a nós e nossos direitos que eles querem atacar!”, reforçou Rogério Manoel Correa, presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de Florianópolis e região que participou do ato.
Ao percorrer as principais ruas do centro de Florianópolis, no carro de som várias lideranças dialogavam com a população sobre os motivos do ato. “Os que defendem o impeachment à presidente Dilma, são os mesmos que votam contra os direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos jovens e dos negros”, alertou Anna Julia Rodrigues, presidenta da CUT-SC.
Com faixas e cartazes nas mãos, as mensagens da passeata foram apresentadas. Ficou evidente o apoio da população para o pedido “Fora Cunha”, referindo-se ao presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que mesmo respondendo por vários crimes de corrupção, continua atuando como deputado federal e ainda presidindo a Câmara.
Um grito de guerra que também foi muito bem aceito pelas pessoas que passavam pelo centro da capital foi o “Fora Levy, eu quero a Dilma que elegi”, referindo-se ao Ministro da Fazenda Joaquim Levy, que dentro do Governo Dilma tem feito ajustes fiscais que penalizam os trabalhadores.
De acordo com Anna Julia Rodrigues esse ato, que aconteceu em mais 11 capitais brasileiras, é apenas o começo da luta de quem defende a democracia no país. “Nossos direitos foram forjados na luta, já passamos por muitas dificuldades e não será em mais este desafio que vamos nos render! Está dado o nosso recado: não mecham com a democracia, retirem o corrupto do Cunha da Câmara e Dilma, atenda a pauta da classe trabalhadora”, enfatizou Anna Julia.
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Fotos: CUT.