Reunidos em defesa de um projeto popular para o Estado da Bahia, contra as privatizações do patrimônio do povo baiano, movimentos sociais do campo e da cidade buscavam estabelecer um diálogo franco com o Governador do Estado.
Porém, Rui Costa (PT) se negou a receber os representantes dessas organizações, numa clara demonstração da sua constante indisposição em inserir os movimentos populares no debate sobre o projeto de Estado que queremos. Por esse motivo, essas organizações divulgaram um documento, no qual repudiam a postura do Governador. “Acreditamos que é necessário avançar na luta contra as forças conservadoras entreguistas na Bahia e que o papel de um Governo, eleito pelo povo, é o de se aproximar das forças democráticas e populares. Repudiamos veementemente essa postura do Governador que não se dispõe em dialogar, equivoco cometido nos últimos 03 anos. Atitude incompreensível, de um governo que foi eleito por forças populares”, denuncia trecho da nota.
Leia a nota de repúdio na íntegra.
Nota de repúdio à postura do Governador da Bahia, Rui Costa
Nesta terça-feira, dia 14 de março, reunimos diversos movimentos sociais, organizações políticas e sindicatos que deram exemplo de unidade e luta, através da construção da pauta “Privatizar faz mal à Bahia”, que traz em sua estrutura o debate do Projeto da Bahia que queremos.
Tínhamos como objetivo entregar o documento ao Governador Rui Costa e iniciar um diálogo franco e fraterno, com nossos elogios, críticas e manifestar nossa disposição e propostas populares para enfrentar os desafios políticos e econômicos no nosso estado para o próximo período.
O pedido de reunião foi oficializado com antecedência, entretanto o Governador se recusou a receber a comissão constituída pelas organizações presentes no prédio da Governadoria, ao alegar, através de seu Secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, que não havia espaço em sua agenda, pois a exclusividade do dia era o atendimento aos prefeitos.
Tal atitude demonstra um total desrespeito às organizações presentes, uma postura política que não pode se repetir. Vivemos uma conjuntura de Golpe, em curso no país desde 2016 e que tem afetado drasticamente a vida da classe trabalhadora. Não dialogar com os movimentos e organizações populares ignora esse quadro político e agrava a crise institucional e política do Estado com a sociedade. Acreditamos que é necessário avançar na luta contra as forças conservadoras entreguistas na Bahia e que o papel de um Governo, eleito pelo povo, é o de se aproximar das forças democráticas e populares. Repudiamos veementemente essa postura do Governador que não se dispõe em dialogar, equivoco cometido nos últimos 03 anos. Atitude incompreensível, de um governo que foi eleito por forças populares. Ao não receber as lutadoras e lutadores do povo, que têm resistido bravamente na defesa de nossa democracia, Rui Costa negligencia a história política de resistência da classe trabalhadora na luta por direitos, que também é sua história.
Salvador 15 de maço de 2017.
Fonte: MST.