Em mensagem dirigida ao presidente dos EUA, Joe Biden, o movimento latino-americano e caribenho de solidariedade com Cuba pediu o fim do bloqueio econômico contra o povo cubano que já dura 60 anos. No manifesto, destaca-se que “em meio à devastação causada pela pandemia de Covid-19, é imperativo o levantamento da multifacetada guerra econômica, financeira e comercial contra o povo irmão de Cuba”.
Segundo cálculos do governo cubano, os custos econômicos com o bloqueio para o povo cubano em seis décadas ultrapassam US$ 90 bilhões.
“São seis décadas de horror, que apesar de seus diferentes e perversos refinamentos, não conseguiu dobrar a determinação inabalável de seu povo, o que tem causado danos em seu desenvolvimento, perdas de vidas humanas por ações terroristas organizadas por grupos mercenários com base em Miami, como o ato terrorista contra o avião da Cubana de Aviación em outubro de 1976, cujo genocida confesso, o terrorista Luis Posada Carriles, a serviço da CIA, nunca foi processado nos Estados Unidos”, diz um trecho do documento que será entregue na embaixada brasileira dos EUA. Confira a íntegra do documento:
MOVIMENTO CONTINENTAL LATINO- AMERICANO E CARIBENHO DE SOLIDARIEDADE COM CUBA
Mensagem aberta dirigida ao Sr. Presidente Joseph Biden, ao Congresso e ao Povo dos Estados Unidos da América.
Nós, homens e mulheres do continente americano, vozes dos movimentos nacionais de amizade e solidariedade com o povo irmão de Cuba, assim como de milhões de pessoas defensores da vida, da paz, dos direitos humanos e das causas mais nobres da humanidade, saudamos fraternalmente o povo estadunidense, reiterando que o direito dos povos do mundo ao manejo soberano de seus recursos, exigem o mais estrito respeito as normas internacionais estabelecidos, para a convivência pacífica e ao bem-estar da humanidade. Exigimos a cessação imediata no ano de 2021 do Bloqueio genocida do Governo dos Estados Unidos contra o Povo de Cuba há mais de 60 anos.
A interdependência acentuada entre os povos em um mundo globalizado exige a não agressão unilateral por parte de países econômica e militarmente mais poderosos contra outros povos para submetê-los com bloqueios, sanções e medidas coercitivas unilaterais, guerras de quarta geração, campanhas midiáticas, para obrigar sua soberania e recursos estratégicos ao serviço e controle de grandes corporações transnacionais; legado genocida do passado selvagem de impérios, metrópoles coloniais, feudais e escravistas. Hoje capitalistas neoliberais, cujas consequências insustentáveis marcam a asfixiante desigualdade responsável pelo saque, a pobreza absoluta, a miséria, a fome, a morte por doenças curáveis da grande maioria da população mundial.
Nós nos perguntamos: qual poderia ser o papel do povo e do governo estadunidense na profunda crise global das próximas décadas, depois do pesadelo amplificado nos últimos quatro anos, por um regime delinquente, que causou tanto sofrimento, o que tem significado, para os Estados Unidos e o resto da comunidade global?
Hoje, em meio à devastação causada pela pandemia de Covid-19, é imperativo o levantamento da multifacetada guerra econômica, financeira e comercial contra o povo irmão de Cuba. São seis décadas de horror, que apesar de seus diferentes e perversos refinamentos, não conseguiu dobrar a determinação inabalável de seu povo, o que tem causado danos em seu desenvolvimento, perdas de vidas humanas por ações terroristas organizadas por grupos mercenários com base em Miami, como o ato terrorista contra o avião da Cubana de Aviación em outubro de 1976, cujo genocida confesso, o terrorista Luis Posada Carriles, a serviço da CIA, nunca foi processado nos Estados Unidos. Os custos econômicos e os excessos de custo para o povo cubano em seis décadas ultrapassam US $ 90 bilhões, segundo cálculos do governo cubano. O herói nacional de Cuba, José Martí, um dos pensadores mais brilhantes, da história da humanidade expressou no século 19, durante a guerra de Cuba contra o colonialismo espanhol; “Quem se levanta hoje por Cuba, se levanta para todos os tempos”.
Durante este ano, o trabalho profissional e eficaz das Brigadas Médicas Cubanas Henry Reeve levaram amor, esperança e saúde a mais de 40 países em todos os continentes, salvando centenas de vidas e iniciando campanhas preventivas exitosas, produto de seu alto desenvolvimento científico e um sistema de saúde avançado , apesar do contínuo recrudescimento do bloqueio e das sanções extraterritoriais contra terceiros países, que tentaram, em seu legítimo direito, estabelecer acordos comerciais com Cuba; alguns essenciais para a vida de homens, mulheres, crianças e idosos.
No plano internacional, há 27 anos, na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), cerca de 97% dos países, inclusive os tradicionalmente aliados da Casa Branca, votam massivamente pelo levantamento desta guerra injusta e desumana, verdadeira vergonha para a humanidade. Ano após ano, por quase três décadas (1992-2020), sucessivas resoluções da ONU, até então não cumpridas pelos Estados Unidos, tem isolado o governo estadunidense da comunidade internacional, ficando apenas com o indesejável apoio de Israel, dado o infame dossiê sobre sua ocupação genocida da Palestina.
Na primeira semana de fevereiro de 2021, o senador Ronald Wyden (D-Ore.), juntamente com seus colegas Patrick Leahy (D-Vt), Richard Durbin (D-Ill) e Jeff Merkley (D-Ore.), propuseram no Senado dos Estados Unidos, a Lei de Comércio entre os Estados Unidos e Cuba 2021, observando que “o Congresso tem uma obrigação moral e econômica para com o povo estadunidense de melhorar as relações entre os Estados Unidos e Cuba”. Em Bruxelas, o Alto Representante para a Política Exterior da União Europeia, Joseph Borrell, instou o Presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, a “eliminar o bloqueio econômico e comercial contra Cuba”.
A Assembleia da União Africana composta pelos Chefes de Estado e de Governo dos 55 países, em 07/02/2021, votou por unanimidade, tal como tem feito nos últimos 12 anos, a Resolução para a Cessação Imediata do Bloqueio, manifestando sua solidariedade e preocupação ao povo cubano, vítima desta prática criminosa em pleno século XXI.
Portanto, o Movimento Continental Latino-Americano e Caribenho de Solidariedade com Cuba reclama ao governo dos Estados Unidos a anulação das leis Torricelli e Helms Burton, que retire imediatamente Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo e da “Lei do Comércio com o Inimigo”, que é renovável anualmente para sustentar o contínuo bloqueio genocida.
Instamos a eliminação de todas e cada uma das leis e decretos que defendem o Bloqueio a Cuba, a fim de restabelecer relações políticas e comerciais legítimas, sem pressão ou ingerência, baseadas no respeito mútuo e nas leis internacionais para a convivência pacífica dos povos.
Da mesma forma, o Movimento Continental Latino-Americano e Caribenho de Solidariedade com Cuba reclama ao Senhor Presidente Biden que responda ao Governo de Cuba, a respeito dos autores materiais e intelectuais da agressão terrorista cometida contra a sede da embaixada em Washington DC, em 30 de Abril de 2020.
Por fim, reiteramos Senhor Presidente, nosso total apoio à devolução do território ocupado ilegalmente pela Base Naval de Guantánamo, há mais de um século.
Está em suas mãos, Senhor Presidente Biden, pôr fim a este cruel bloqueio de 60 anos, que enluta a história da humanidade. NUNCA MAIS!
É O TEMPO DOS POVOS!!!
NÃO MAIS BLOQUEIOS NEM SANÇÕES UNILATERAIS CONTRA NENHUM POVO NO PLANETA.!!!
VIVA A SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS!!!
Respeitosamente,
Movimento Continental Latino-Americano e Caribenho de Solidariedade com Cuba e os Movimentos de Solidariedade com Cuba na América Latina e no Caribe.
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