Movimenta-se por todo país, reflexos do 8M 2023. Por Jaine Fidler Rodrigues.

Assumimos a responsabilidade de respeitar, valorizar e ouvir às mulheres? Nós mulheres, vamos parar de competir entre si? Vamos parar de se julgar?

Por Jaine Fidler Rodrigues, para Desacato.info. 

Por todo Brasil, mulheres movimentaram a potência da energia feminina. E agora, o quê fazemos com os reflexos que continuarão ressoando?

Assumimos a responsabilidade de respeitar, valorizar e ouvir às mulheres? Nós mulheres, vamos parar de competir entre si? Vamos parar de se julgar?

É muito fácil, defender ideias do feminismo, cobrar dos homens respeito, se nem mesmo você mulher, respeita os limites do seu corpo, respeita sua voz interna, respeita suas emoções. Se nem mesmo, você respeita a sua mãe, irmãs, tias, colegas e demais mulheres da sociedade. Julgando o batom vermelho, a sexualidade expressada livremente, os pensamentos e formas de viver diferentes.

Ou, por exemplo, é acaso coerente, ser ‘de esquerda’ defender o feminismo, e julgar a outra que é ‘de direita’? Ninguém consegue mudar ninguém, com imposição nada funciona. Ou vocês não conseguiram compreender que o objetivo desta estrutura política é justamente dividir ao invés de unir? Unir, neste contexto, significa exercer o princípio de respeito às formas de pensar, observar e discernir, de acordo com todas às diferenças existentes. Cada uma que encontre seu papel e lute, em qualquer espaço que estiver.

Aliás, existe uma diferença dentre julgamento e observação. Observar incoerências também é fundamental, mas, com o discernimento que cada uma está em seu processo.

Também não adianta nada, mulheres, representantes políticas, principalmente, defender teoricamente a luta feminina por questões de visibilidade e para alimentar seu próprio ego. Sendo que em casa, não tira nem meia hora para si, para se conectar com sua voz interna, autocuidar-se, ouvir-se. Não param nem para compreender o seu ciclo menstrual, suas feridas, suas vulnerabilidades e querem mudança no externo? Primeiro é no interno.

É desafiador ver mulheres reforçando estigmas sociais. Afirmam: “porque a mulher, é que faz tudo, trabalha mais, pois trabalha fora e em casa”. Isto é reforçar um padrão machista. Desconstruir é dialogar e estimular o parceiro a ajudar nas tarefas de casa, por exemplo. Quebrar estes paradigmas exige consciência e vontade para deixar padrões machistas no passado. Desta maneira, se conectar com transformações presentes.

O que deve ser compreendido é: o 8M é simbólico. Todos os dias são das mulheres. De homens também. Estes que necessitam urgentemente se conectar com sua parte feminina dentro de si, afinal, não se esqueçam de onde saíram, ventre feminino.

 

 


Jaine, é aspirante em jornalismo, redatora e repórter no Portal Desacato. Sua busca é desenvolver um olhar mais ampliado do convencional, quanto à realidade. 

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