Morreu a escritora Toni Morrison, cronista dos Estados Unidos afroamericano e Prémio Nobel da Literatura

Foto: Flickr/Axel Bold

A escritora Toni Morrison morreu segunda-feira à noite em Nova Iorque, informou a sua editora, a Knopf, num comunicado divulgado esta terça-feira. A autora de Amada ou A Nossa Casa é Onde Está o Coração tinha 88 anos e grande parte da sua obra versava sobre a vida e a experiência da comunidade negra nos Estados Unidos, tendo sido distinguida com o Prémio Nobel da Literatura e o Pulitzer, bem como com a Medalha da Liberdade Presidencial dos EUA e a Legião de Honra francesa.

Toni Morrison nasceu em 1931 no estado de Ohio com o nome de baptismo de Chloe Anthony Wofford, filha de um metalúrgico sindicalista e de uma dona de casa. O pai desdobrou-se em empregos para conseguir sustentar a família de quatro filhos e levar a futura escritora até ao ensino superior. Morrison estudou nas universidades de Howard e Cornell e trabalhou como editora. Casou-se com o arquitecto Howard Morrison e teve dois filhos. Começou a escrever nos anos 1960, findo o seu casamento e desiludida com a profissão. Autora de 11 romances, entre os quais Song of Solomon (1977), em 1993 recebeu o Nobel da Literatura, tornando-se assim a primeira mulher negra a ser galardoada com o importante prémio e uma das escassas 14 mulheres premiadas até hoje pela Academia Sueca. 

Vários títulos da obra de Toni Morrison estão traduzidos em português e alguns com mais de uma edição, entre chancelas como a Presença, a D. Quixote ou a Difusão Cultural, desde Amada – Beloved (1989, 1994, 2011, 2018) até Deus Ajude a Criança (2016), passando por Love (2009, 2019),  ANossa Casa é Onde Está o Coração (2015) e A Dádiva (2009).

Deus Ajude a Criança foi o seu primeiro livro, publicado em 1970, e centra-se em Bride, uma jovem “negra como a noite” que quer ter os olhos azuis como as raparigas brancas (no original este romance de estreia chama-se The Bluest Eye) e que mantém uma relação complicada com a mãe, Sweetness. Em Amada, um dos seus títulos mais aclamados, vencedor do Pulitzer de Ficção em 1988, também há uma mãe, mas desta vez como personagem principal: é Margaret que toma a decisão impossível, trágica, de matar a sua filha bebé para a salvar de uma vida como escrava.

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