Por Kiko Nogueira.
Paulo Celso Pinheiro Sette Câmara morreu no domingo, dia 10, vítima da covid-19. Estava internado havia dez dias no Hospital da Amazônia e acabou não resistindo. Foi sob sua orientação que em 1986 foram instituídos, no Pará, o Sistema Integrado Estadual de Segurança Pública e Defesa Social e o Conselho de Segurança Pública do Meio Norte, dos quais foi presidente.
Recebeu duas comendas, uma delas em 2019.
Em 1996, Sette Câmara foi protagonista do Massacre de Eldorado do Carajás, em que dezenove sem-terra foram assassinados no sul do estado.
O caso aconteceu durante o governo de Almir Gabriel e a ordem para a chacina partiu de Sette Câmara, então Secretário de Segurança.
Confessou que autorizara “usar a força necessária, inclusive atirar”.
De acordo com os sem-terra ouvidos pela imprensa, os policiais chegaram lançando bombas de gás lacrimogêneo.
Segundo o legista Nelson Massini, pelo menos dez vítimas foram executadas à queima-roupa e sete lavradores foram mortos com foices e facões.
Não foi nem sequer arrolado no processo.
Em 2011, virou assessor jurídico-administrativo do TRT-8ª Região. Em 2019, recebeu duas comendas.
Na campanha, Bolsonaro foi à Curva do S, um trecho da BR-155, cenário da carnificina, onde discursou em defesa da libertação dos PMs condenados a 228 anos de prisão.
“Quem tinha que estar preso era o pessoal do MST, gente canalha e vagabunda. Os policiais reagiram para não morrer”, discursou em frente a troncos de castanheiras queimados que marcam o lugar.
Fonte: DCM.