Apesar de ser casado com uma advogada que tem ações no STF, Alexandre de Moraes omitiu essa informação dos senadores. “Não tenho parentes que exerçam ou que tenham exercido atividades, públicas ou privadas, vinculadas à minha atividade profissional”, afirmou o ministro licenciado em ofício. A declaração sobre a possível existência desses parentes é uma exigência regimental para que os senadores analisem se há conflito de interesses nas indicações presidenciais à corte.
Os senadores também não vão poder se aprofundar nos documentos ele que aparecem na operação Acrônimo: a documentação está sob sigilo. A PF apreendeu no ano passado documentos na JHSF, empresa do setor imobiliário, que citam o pagamento de R$ 4 milhões entre 2010 e 2014 para Moraes.
“Assinada em 7 de janeiro, a declaração integra um documento de 132 páginas enviado pela Casa Civil aos senadores com uma apresentação de Moraes, seu currículo e outras informações. O ministro será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta terça-feira (21). Depois, o plenário da Casa decidirá sobre a indicação.
A informação ajudou a compor o relatório do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) sobre a indicação. Ao falar sobre o currículo de Moraes, o peemedebista destaca que ele “demonstra ter experiência profissional, formação técnica adequada e afinidade intelectual e moral para o exercício da atividade” de ministro do STF.
Como a Folha revelou no último dia 10, o escritório da família de Moraes tem ao menos seis ações em andamento no STF. Os advogados que cuidam dos processos são sua mulher, Viviane Barci de Moraes, além de Laerte José Castro Sampaio, Lucas Marsili da Cunha e Alex Saito.
Uma das ações do escritório tinha como relator o ministro Teori Zavascki, que Moraes substituiria. Ele teria que se declarar impedido para não relatar o caso.”
Fonte: Brasil 247.