O movimento estudantil indígena da Universidade Federal de Santa Catarina obteve uma importante conquista, uma cadeira de representação no Conselho Universitário da UFSC. Para falar sobre o tema entrevistamos a estudante indígena do curso de Ciências Sociais na UFSC, Laura Parintintin.
A cadeira de representação no Cun foi cedida pela atual gestão do DCE que possui o direito a três cadeiras. Laura diz que foi importante o reconhecimento por parte da gestão do DCE da necessidade de uma representação indígena. Quem ficará como titular é o estudante da etnia Xokleng do curso de Relações Internacionais e como suplente a estudante da etnia Parintintin do curso de Nutrição.
Laura fala da importância de reivindicarem através da representação no Cun a institucionalização das políticas para os estudantes indígenas já existentes e as futuras conquistas. Essa garantia é importante para que as conquistas dos estudantes indígenas não sejam encerradas a depender da gestão da reitoria.
Na UFSC a realidade dos estudantes indígenas não se modificou nas últimas três gestões de reitoria, pelo menos para os estudantes indígenas que moram na “Maloca”, ocupação de estudantes indígenas na UFSC, que hoje moram 48 estudantes e 5 crianças. A situação sempre da moradia sempre foi precária, nunca receberam estrutura como camas e bebedouro para o espaço. Muitos dos móveis conseguiram através de campanhas de arrecadação. A exemplo das dificuldades enfrentadas, no semestre passado levaram dois meses para conseguir a troca de dois chuveiros que estavam queimados. Com ou sem cortes, estiveram sempre em uma situação de vulnerabilidade, diz Laura. Temem com os novos cortes que a UFSC tenha que fechar e isso afeta a vida dos estudantes indígenas diretamente, ficando ainda mais vulneráveis.
Em relação às eleições presidenciais, Laura afirma: “Obvio que nós não vamos deixar de lutar, porque nós povos indígenas nunca deixamos de lutar, independente de governo. Entra governo, sai governo e nossa luta continua a mesma (…) mas é totalmente diferente a gente estar lutando em um governo do PT para que demarque as nossas terras, do que lutar em um governo totalmente autoritário”.
Assista à entrevista completa no link abaixo: