Por Redação do Desacato.info.
Mais um episódio de abuso de poder do monopólio da mídia reforça a necessidade urgente de regulação tanto dos meios de comunicação quanto da profissão de jornalista.
A versão online da coluna de Moacir Pereira, no site do Diário Catarinense, publicou na tarde desta segunda-feira (17) uma nota de ofensa gratuita, com o título “Índio fajuto defende tese”, sobre o assistente social Cristiano Mariotto. Nela, o dito colunista não faz nada parecido com jornalismo, já que as informações contidas na nota de dois parágrafos são de cunho pessoal (ou seja, não há nada de interesse público) e não acrescentam elementos para análise do leitor sobre o caso da ocupação Amarildo de Souza, na SC-401.
Com ironia nada refinada, ele sugere que um indígena legítimo não poderia estar defendendo uma “tese” de mestrado.
Abaixo, a íntegra do texto:
“Acadêmico da Ufsc, Cristiano Mariotto, um dos líderes da invasão criminosa da SC-401, vai defender dissertação de mestrado no Curso de Serviço Social dia 28 de fevereiro. Tema: “Questão indígena e capitalismo dependente”. Ele se declara índio, mas a Polícia o acusa de agitador profissional. Nunca foi sem teto e muito menos sem terra.
O estudante Cristiano Mariotto teve como orientadora de sua dissertação a professora Beatriz Augusto de Paiva, do IELA- Instituto Chavista e Bolivariano que atua na Ufsc. Paiva pediu demissão da Pró-Reitoria de Planejamento.”
A quantidade de bobagem condensada é muito grande:
1) Como uma companheira bem apontou nas redes sociais, tese se defende no doutorado – e não é sinônimo de dissertação;
2) Ele opõe dois conceitos que não são divergentes: índio e “agitador profissional”. Simplesmente, não faz sentido;
3) Mostra que está lendo Veja demais e, a exemplo de Rodrigo Constantino, tenta deslegitimar o Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) e seus membros– mas é ainda menos sofisticado que os colunistas da falida revista da Editora Abril;
4) O texto é fechado com chave de ouro ao referenciar a demissão de sua orientadora, Beatriz Paiva, de uma das pró-reitorias da UFSC – assunto que nada tem a ver com as poucas frases que antecedem essa informação . Talvez Pereira quis mostrar que está atualizado das notícias da universidade… Mais uma associação non sense.
Apesar de ridículo o texto da coluna, é importante registrar que o texto é ofensivo e não leva em conta que, no Brasil, a identificação racial é feita por autodeclaração.
O texto também contraria as regras que estão determinadas nos termos e condições para comentar as matérias da própria coluna, que veta a publicação de comentários que:
1) invadam a privacidade de terceiros ou manifestamente os prejudique;
2) promovam racismo contra grupos de minorias ou qualquer forma de fanatismo político ou religioso, discriminando grupos de pessoas ou etnias;
3) promovam discriminação de qualquer natureza;
4) incitem à violência;
5) apresentem linguagem grosseira, obscena e/ou pornográfica;
6) violem a legislação pátria.
Para piorar, não há nenhuma instituição ou lei que ameace o exercício da profissão de um jornalista ‘fajuto’ e irresponsável como Moacir Pereira.
Na ilha, em São Paulo, no Rio e em todos os lugares do Brasil, a quem interessa ter a mídia e a profissão de jornalista sem regulação?
no es posible denunciarlo x algo de eso?
ya vi otra nota en ese diario en que se burlaban de mariotto (al que conozco x el desacato).
ahora sé que ni vale la pena abrirlo…, ahí todo es lixo.