Por Henrique Rodrigues, da Revista Fórum.
Morreu nesta segunda-feira (27) a desempregada Geisa Stefanini, de 32 anos, que teve 90% do corpo queimando em 2 de setembro, quando cozinhava utilizando álcool. O acidente ocorreu em Osasco, município da Região Metropolitana de São Paulo, e a vítima estava internada na Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital Geral da Vila Penteado, na Zona Norte da capital.
A mulher, que tinha um bebê de oito meses e vivia com R$ 325 do Bolsa Família, não tinha dinheiro para comprar gás e precisou improvisar, de forma perigosa, para poder cozinhar seus alimentos. Ela vivia num quarto e sala pago pelo programa de aluguel social da Prefeitura de Osasco.
“Ela era minha inquilina, mas com o tempo desenvolvemos uma amizade. Como as coisas apertaram, algumas vezes ela se alimentava na minha casa, ou eu mandava comida para ela, leite para o neném. Ajudava em tudo. Ela era uma pessoa incrível, cheia de sonhos e muito vaidosa apesar das dificuldades”, contou Mônica Teixeira de Oliveira, que alugava o cômodo para mãe e filho.
O preço do gás de cozinha subiu mais de 37% só este ano e já é vendido em muitas cidades por até R$ 110, o que tornou seu consumo inviável para milhões de brasileiros que vêm enfrentando as agruras da mais grave crise econômica da história.
Numa entrevista coletiva realiza na tarde desta segunda-feira (27), o presidente da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, riu após uma pergunta feita por uma jornalista sobre o governo melhorar os preços do gás para os mais pobres. O militar que chefia a petrolífera estatal recebe R$ 228 mil por mês para exercer o cargo, além dos R$ 32 que recebe como aposentado no Exército.