O Ministério Público Federal (MPF) abriu ontem (25), a quatro dias da eleição, uma investigação contra o economista do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes. O Globo informa que a suspeita é que ele tenha obtido “benefícios econômicos” a partir de possíveis “crimes de gestão temerária ou fraudulenta” de investimentos derivados de fundos de pensão. O jornal procurou a defesa de Guedes, que disse que as acusações são “fragilíssimas” e relatou “perplexidade” com a notícia perto da eleição. Ele terá que prestar depoimento em Brasília no dia 6 de novembro.
O MPF vai investigar se o economista aplicou dinheiro capitado por fundos de pensão de maneira irregular, deixando prejuízos milionários aos aposentados das estatais. As operações são relacionadas a cinco fundos de estatais que tiveram prejuízos após aplicarem dinheiro nos negócios geridos por Guedes, entre eles a Funcef, dos servidores da Caixa Econômica Federal, a Petros, dos servidores da Petrobrás e a Previ, dos servidores do Banco do Brasil.
Segundo a suspeita, a empresa de Guedes, que faz gestão de investimentos, teria cobrado comissões consideradas “abusivas”. Os procuradores consideram sem “qualquer sentido” a base de cálculo para definir a comissão, que renderam à empresa faturamento de R$ 152,9 milhões entre 2009 e 2014.
A defesa de Gudes disse ao jornal que ele não tinha poder de deliberação sobre os investimentos e apenas sugeria as empresas que receberiam os recursos, mas os investimentos tinham que ser aprovados por comitê compostos por integrantes dos fundos de pensão. Ainda segundo a defesa, a taxa de administração seguia parâmetros usados no mercado.
“O relatório omite o lucro considerável que o fundo tem proporcionado aos investidores e a perspectiva de lucro de mais de 50% do valor investido. Ou seja, não houve qualquer prejuízo às partes envolvidas”, diz a nota dos advogados.
Essa não é a primeira investigação aberta contra o economista. O Ministério Público já investiga suspeitas de gestão temerária ou fraudulenta no BR Educacional, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) gerido por uma empresa de Guedes que captou recursos dos fundos estatais para investir no setor privado de educação.