Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.
A Militante do coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR), Maura Letícia Tesser, foi agredida nesta terça-feira, dia 08, em São Miguel do Oeste/SC, durante a mobilização do Dia Internacional da Mulher. Maura estava contribuindo com a equipe de segurança da marcha quando sofreu a agressão.
Os militantes de diversos movimentos populares, pastorais sociais, Igreja, organizações urbanas e camponesas mencionavam sua pauta de reivindicações em frente a Caixa Econômica Federal de São Miguel do Oeste, quando uma pessoa de fora das organizações tentou se infiltrar na barreira feita por homens e mulheres, do campo e da cidade, que estavam em mobilização e negociação com os representantes da Caixa Econômica. “A pessoa começou a empurrar os companheiros e companheiras que estavam fazendo o fechamento da Caixa Econômica durante o tempo de negociações. Iniciou-se um tumulto e essa mesma pessoa começou a dar socos para todos os lados. Consegui tirar a pessoa e empurrá-la para fora. Sofri arranhões no braço e também no rosto”, relatou a militante.
Maura disse ainda que um Boletim de Ocorrência foi registrado contra ela. “Ele (o homem que a agrediu) registrou um Boletim de Ocorrência contra mim, como se ele fosse a vítima”, contextualizou Maura, enfatizando ainda que neste dia 08 de março, embora a pauta das organizações tenha sido clara nas ruas de São Miguel do Oeste, a violência, a agressão e os xingamentos praticados por uma parcela da sociedade Migueloestina mostram a profunda necessidade de mudança. “Estamos reivindicando nas ruas direitos que servem para estas pessoas também, que são trabalhadoras. Não dá para entender”, disse ela.
O Jovem Leonardo Lucas Vilanova, Militante da Pastoral da Juventude Rural (PJR), destacou apoio a companheira agredida e salientou que essa violência faz parte da cultura machista, patriarcal que desenvolve-se a partir do Capitalismo. “Repudiamos a violência contra a nossa companheira e também todos os outros tipos de violência que a militância sofre no dia a dia. Precisamos acabar com essa cultura machista”, reforçou.
Da mesma forma, o coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), repudia a agressão contra a companheira Maura Letícia Tesser. Aponta aqui, sua indignação e repulso contra as atemorizações que este coletivo tem sofrido nos últimos meses. Ameaças que partem de trabalhadoras e trabalhadores que ainda não se conscientizaram quanto a necessidade de ocupar as ruas e lutar pelos seus direitos que historicamente foram conquistados por essas massas populares e agora, muitos deles estão passando por um processo de retrocesso. A PJMP e PJR de Santa Catarina, somando-se as mais de mil pessoas que ocuparam as ruas nesta terça-feira, dia 08 de março, em São Miguel do Oeste, segue vigiante. Lembra a toda sociedade que as lutas vão continuar, até que companheiros/as forem ameaçados/as, perseguidos/as.