Milhares de presos palestinos seguem em greve de fome há 14 dias

Ópera Mundi.- A tensão gerada pelas greves de fome de palestinos como protesto à péssima qualidade das prisões israelenses se intensificou. Já são dois mil os detentos árabes que se negam a comer há 14 dias e autoridades penitenciárias israelenses iniciaram uma campanha de represália ao movimento.

Em entrevista ao jornal espanhol El País, Sahar Francis, diretora da Adameer, organização de apoio a presos palestinos, revela que os grevistas são normalmente “transferidos para prisões mais distantes e alguns encarcerados em celas solitárias”. Mais além, diz que “os guardas entram nas celas e confiscam seus pertences”. Em Ashkelon, oeste de Israel, a organização acusa as autoridades de terem deixado os presos “apenas com as mantas”.

Atualmente, são cerca de 4,7 mil os presos palestinos em penitenciárias israelenses — 320 permanecem em regime de detenção administrativa, isto é, sem terem sido julgados ou condenados. Esta é inclusive a principal das queixas de organizações de proteção dos Direitos Humanos e da União Europeia: Israel estaria fazendo um uso excessivo desse tipo de procedimento legal.

Entre as reivindicações dos grevistas está um melhor acesso à educação e a visita de familiares. Os presos tem pressionado as autoridades argumentando que se essas exigências não forem cumpridas, pelo menos outros mil devem aderir à greve de fome na próxima semana.

Por parte do governo de Benjamin Netanyahu, não há sinal de nenhuma disposição para o debate. Mark Regev, porta-voz do primeiro ministro, argumenta “na lista de nomes dos grevistas figuram condenados por crimes atrozes. Pessoas que explodiram ônibus e atentaram contra restaurantes e escolas”. Ele também assevera que “Israel cumpre com a legalidade no tratamento de seus prisioneiros”.

Enquanto os presos jejuam, líderes islâmicos chamam grupos armados em posse de soldados israelenses como única forma de negociar libertações. Em 2011, mil palestinos encarcerados foram trocados pela liberdade de do jovem soldado Gilad Shalit, capturado em 2006. Khaled al Batsh, uma das lideranças da Jihad Islâmica, conta que “diz a todas as facções armadas a maneira de libertar prisioneiros é através de intercâmbios, detenção por detenção, liberação por liberação”.

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