Migração forçada, sistema de morte. Por Raul Fitipaldi

É a guerra do capital contra o trabalho e a humanidade que o executa de forma miserável.

Por Raul Fitipaldi, para Desacato.info

Há muitas formas de migrar de cidade, de estado, de país, de continente. Tem migrações voluntárias na busca de um ambiente diferente, de um salário melhor, motivadas pela profissão, pelo amor e por muitas outras razões e escolhas que livremente podemos fazer no decorrer da nossa vida. E tem das outras, das forçadas.

A humanidade, ao longo dos séculos, conheceu migrações por desastres naturais, por invasões de outras tribos ou de nações estrangeiras. Migrações por perseguição política, exílios sociais para conseguir direitos básicos, exílios econômicos para sobreviver, exílios religiosos pela intolerância, pela guerra, pelo ódio, pelo tráfico e sequestro de pessoas.

Tem uma rotina impiedosa de migrações que reúne vários tipos de exílios forçados que obrigam ao deslocamento brutal a um mesmo coletivo social, comunidades e populações inteiras. São as migrações forçadas do capitalismo, os exílios criminosos que o ocidente coletivo tem imposto a continentes inteiros.

Desses exílios surgem os africanos afogados no mar, o centro-americanos assassinados no deserto mexicano, os esquartejados dos paracos colombianos, os haitianos reduzidos à fome de forma sistêmica e permanente buscando sorte em outros países, como por exemplo o Brasil. Está no DNA do capitalismo, mas, sobretudo dos países ocidentais da União Europeia, França, Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra, Bélgica e Países Baixos, a invasão, a pirataria, a exploração e a destruição dos países por eles invadidos em diversos momentos da história. Essa exploração se aperfeiçoou no desenvolvimento do capitalismo até chegar à situação atual no mundo.

A destruição do clima, as lavouras de mono cultivo, os agrotóxicos, o genocídio das comunidades indígenas em todo o mundo, o comércio de armas, o tráfico de drogas, a venda de serviços militares, a expansão permanente das bases de agressão da OTAN, com a liderança dos Estados Unidos, produz o caos próprio das crises constantes do sistema e necessárias ao controle das grandes potências e ao negócio das transnacionais. É uma guerra dos ricos contra os pobres. É a guerra do capital contra o trabalho e a humanidade que o executa de forma miserável.

Por outro lado, ninguém deveria ser considerado imigrante em nenhuma parte. Não foram os povos que inventaram as fronteiras, foram os poderosos de todas as épocas. Os mesmos que hoje, ao vivo, em tempo real, mostram seu poder de matar no mar, na terra e no céu. Fechamos com o óbvio, sempre, em todos os casos, o capitalismo é um sistema de morte.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.