Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
As mídias populares são as únicas capazes de falar sobre a história real da classe trabalhadora explorada, das quais somos parte. Na faculdade ensinaram-nos que o Jornalismo é um negócio, que a informação deve ser vendida, talvez não diretamente nesses termos, mas com esse objetivo.
Da vontade e da necessidade de romper com essa ideologia que destrói a vida, surgiu o Jornal Comunitário, no Oeste Catarinense, durante uma mística do curso chamado Realidade Brasileira, no ano de 2010. Conforme o Militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pedro Pinheiro, a intenção era de apenas fazer uma lauda impressa e distribuir aos companheiros\as de curso, citando algumas atividades que estavam acontecendo no ‘Realidade Brasileira’. Alguns anos depois, o Jornal de uma lauda transformou-se no Comunitário, um Jornal que varia de oito até 12 páginas coloridas, conforme a edição.
O lançamento do Jornal Comunitário no dia 02 de março de 2014, trouxe o companheiro Jilson Souza, da Apafec de Fraiburgo, para mostrar à comunidade, a importância que o impresso tem para a vida das realidades da roça e também da cidade, das favelas. “Cumpri uma das tarefas mais importantes que considero, como lutador e Educador Popular. À convite da PJMP e PJR, contribui no lançamento do Jornal Comunitário para a comunidade. Uma emoção muito grande, uma tarefa revolucionária que guardo como uma das grandes emoções dessa caminhada”.
Jilson Souza comenta que no Meio-oeste Catarinense, no Vale do Contestado, outras formas populares de fazer comunicação estão ligadas a construção das mídias que representam o povo sofrido e explorado. “As mídias populares tem um papel fundamental para enfrentar os monopólios e oligopólios da comunicação burguesa. O Jornal Asas da Informação, por exemplo, que é realizado pela Associação Paulo Freire de Cultura e Educação Popular (APAFEC), possui características comunitárias, assim como o Jornal Vitória, construído a partir de várias organizações, a rádio comunitária de Videira e Tangará, entre outras experiências que temos e que são muito importantes no campo da comunicação popular”, contextualizou.
Desacato
Em setembro de 2016, A Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR), comemoram um ano de aliança, compromisso revolucionário junto a Cooperativa de Trabalho e o Portal Desacato. Outra mídia popular, que representa a classe trabalhadora explorada de forma humana e política. Celebra-se também, a afirmação de uma base regional desta Cooperativa, fixada em São Miguel do Oeste-SC e onde existe tanto para construir. “Há um ano temos feito esse diálogo junto ao Desacato, a partir de outras conversas junto com a companheira Elaine Tavares e o companheiro Jilson Souza para se chegar ao Portal Desacato. A cooperativa, ela é muito importante não só para falar das lutas e de nossas resistências, mas para dizer que estamos propondo outra sociedade, nessa aliança com companheiros e companheiras que também são revolucionários/as”, disse a companheira da PJR, Jociani Alves Pinheiro Hammes.
Segundo ela, a comunicação feita a partir desses meios populares é importante para o processo revolucionário do mundo inteiro. “Ao contrário de que a mídia tradicional fala a respeito de que sabemos ‘gritar’ muito, nós também estamos no processo de construção, temos uma proposta. Não sabemos se esse jeito pode dar errado, mas é uma proposta nossa e por isso temos somado nas alianças”, argumentou.