Por Natália Santos e Isabella Alonso Panho, Terra.
Na véspera da operação da Polícia Federal que apontou para um suposto esquema de venda de joias e itens de alto valor recebidos por Jair Bolsonaro (PL) durante agendas oficiais, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) disse que tudo o que foi feito durante a trajetória política do marido foi “pela misericórdia de Deus” e não pelo poder. A declaração reforça o discurso direcionado para o eleitorado conservador e evangélico.
Michelle também sugeriu uma “segunda temporada” do clã Bolsonaro no poder. “Exaltamos o nome do nosso Deus e foi Ele que nos ajudou. Se não fosse Ele, nós não estaríamos aqui. Ele escolheu Jair Messias Bolsonaro para uma missão e Ele o capacitou, então tudo que nós fizemos foi pela misericórdia de Deus. Não foi por poder. Quem nos conhece sabe disso”, disse a ex-primeira-dama durante uma entrevista ao podcast Pod Atualizar na quinta-feira, 10.
Nesta sexta-feira, 11, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões em quatro endereços em Brasília, São Paulo e Niterói, tendo como alvos o advogado criminalista Frederick Wassef, o general Lourena Cid (pai de Mauro Cid) e Osmar Crivelatti, outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A corporação investiga um esquema de venda de joias, esculturas e outros bens de alto valor que o ex-presidente ganhou durante agendas oficiais.
Para a Polícia Federal, Bolsonaro está diretamente vinculado ao esquema, e teria recebido valores provenientes dessas transações em dinheiro vivo. Trocas de mensagens interceptadas pela PF mostram Mauro Cid e o pai combinando de levar um coqueiro de ouro para avaliação. A imagem do general Lourena Cid – que é amigo pessoal de Bolsonaro – aparece refletida na embalagem da escultura.
Em novembro de 2022, Bolsonaro ganhou o item de presente durante uma agenda oficial nos Emirados Árabes. Outro objeto que faz parte das investigações é um relógio da marca Rolex, cravejado de diamantes e platina. Mauro Cid tentou vendê-lo e, depois, Wassef recomprou o objeto para devolvê-lo ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O nome da operação é uma referência a um trecho bíblico que diz “nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser sabido”.
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