Por Ana Rosa Moreno, de Puebla, México, para Desacato.info.
(Português/español).
Na semana passada o povo hondurenho perdeu uma grande mulher, Bertha Cáceres, proeminente defensora dos direitos humanos e do meio ambiente. Cáceres logrou organizar a população lenca, o maior grupo indígena em Honduras, para pressionar, deter e retirar o projeto de construção da represa Água Zarca no noroeste do país, exatamente no Rio Gualcarque, lugar sagrado para as comunidades indígenas e vital para sua sobrevivência. O enfrentamento ao governo, aos empresários chineses e inclusive ao Banco Mundial lhe custou a vida.
É que ser ativista defensor do meio ambiente é quase quase como entrar em um tanque cheio de tubarões famintos. Literalmente não se sai vivo dali. Falemos do caso mexicano.
México é um país realmente vasto em flora e fauna, a variedade de climas faz com que seja um território muito rico em recursos naturais renováveis e não renováveis, entretanto, a atividade ilegal como o corte de árvores, os incêndios florestais, o desaparecimento de ecossistemas (para construir empresas, fábricas, áreas turísticas) e a caça tem destruído o ecossistema mexicano. Se calcula que ao menos 2 mil 606 espécies de flora e fauna que habitam o território nacional se encontram em alguma categoria de risco devido às atividades humanas.
Ainda que a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMARNAT) tenha previsto programas para o cuidado do meio ambiente, a proteção da flora e fauna e a prevenção de danos aos ecossistemas não tem dado bons resultados, graças à corrupção e ao tráfico de influências que fazem vista grossa ou entregam licenças para a construção de imóveis em áreas de preservação, como se viu na Península de Yucatán, em fevereiro, quando a SEMARNAT aprovou o levantamento de uma praça comercial em uma reserva ambiental, Tajamar. Répteis, aves e vegetação coexistiam tranquilamente e um dia foi varrida pelas escavações que matou centenas de espécies sendo evidente o impacto ambiental.
Ante esse tipo de tragédias existem aqueles que dão a vida pelos que literalmente não tem voz: os ativistas ambientais (muitos deles representantes de povos indígenas) lutam contra o governo e as grandes corporações para manter um futuro sustentável para aqueles que habitam a região e para as futuras gerações, participam de maneira ativa para impedir a devastação de bosques ou se manifestam contra projetos danosos ao seu hábitat. Estes pequenos detalhes não agradam a certo grupo de poder político e econômico.
Também, foram reportados ameaças e pressões a funcionários públicos para entregar licitações ou não dar prosseguimento a demandas ou denúncias sobre ataques ao meio ambiente. Exemplo disto, Juan Elvira Quesada da SEMARNAT reconheceu que foi objeto de pressões de legisladores, investidores, governadores e prefeitos para a autorização de projetos.
Raziel Villegas, diretor de Impacto Ambiental e Zona Federal da Procuradoria Federal de Proteção ao Ambiente (Profepa), recebeu por telefone uma ameaça de morte enquanto participava de operações de fechamento de hotéis em Cancún.
De acordo com a denúncia realizada pela organização internacional Global Witness, Brasil, Colômbia e Honduras lideram o ranking sangrento de ativistas do meio ambiente mortos, México reportou em 2015 três casos de assassinato a defensores do meio ambiente, isto não descarta que existam ameaças, ataques violentos e incluso assassinatos, somente que a maioria das vezes não são denunciadas.
Para listar, enumero alguns dos casos mais repercutidos sobre assassinatos de ativistas do meio ambiente no México.
Mariano Abarca, ambientalista e ativista pelos direitos humanos em Chiapas foi sequestrado e assassinado em agosto de 2009. Se opunha aos trabalhos da mineradora canadense Blackfire Exploration que explorava o minério barita no município de Chicomuselo. Foi assassinado em frente a sua casa, recebeu três tiros sendo os disparos no pescoço e no peito. Abarca já havia denunciado publicamente as ameaças de morte por parte de funcionários da empresa canadense, as autoridades mexicanas não lhe ofereceram a segurança necessária.
Em setembro, Felipe Arreaga foi atropelado por uma unidade de transporte público, defensores de direitos humanos exigiram o esclarecimento de sua morte. Arreaga nasceu em Guerrero, foi um dos fundadores da Organização de Camponeses Ecologistas da Sierra de Petatlán e Coyuca de Catalán (OCESP). Em 2004, Arreaga foi encarcerado por um alegado homicídio de Abel Bautista, foi liberado 10 meses depois por falta de provas. Enquanto esteve na prisão recebeu o prêmio Chico Mendes, outorgado pela organização estadunidense Sierra Club, em reconhecimento a sua defesa dos bosques e também foi declarado preso de consciência pela Anistia Internacional. Atualmente sua esposa continua com a defesa dos bosques com o agrupamento Organização de Mulheres Ecologistas da Sierra de Petatlán (OMESP).
Neste mesmo ano, mas em novembro, Miguel Ángel Pérez, membro da comunidade de Tepoztlán, foi torturado e assassinado. Trabalhava em defesa da água e da terra e recebeu ameaças e ultimato em 31 de outubro. Nesse dia Miguel Ángel foi chamado em um sítio próximo a Ahuatepec no estado de Morelos para fazer um orçamento de ferragem, não regressou e já no outro dia os funcionários da Funerária Morelos foram a sua casa e pediram a esposa do ativista para que se encaminhasse ao necrotério de Cuernavaca para fazer a identificação do corpo.
Em junho de 2012, Ismael Solorio Urrutia e Manuela Solís Urrutia, de Chihuahua, perderam a vida ao defender a água da zona do semideserto e conservar os aquíferos contra a exploração irracional das plantações comerciais e por evitar a violação da lei por parte da Companhia de Serviços de Mineração Cascabel, filial da mineradora canadense Magsilver, que estava perfurando apesar de carecer da permissão e da oposição da assembleia das autoridades comunitárias.
E em novembro deste ano, também no estado de Chihuahua, Juventina Villa foi assassinada junto com seu filho, um ano antes seu esposo e mais dois filhos tiveram essa mesma sorte. Lamentavelmente, 20 membros de sua família e de seu esposo foram assassinados depois que se negaram a permitir que os traficantes cortassem árvores de um bosque próximo a seu povoado. Uma comunidade inteira se mudou por causa dos perigos que enfrentariam se decidissem ficar em suas casas.
Sobre agressões contra os defensores da natureza, de acordo ao “informe sobre a situação dos defensores ambientais no México”, elaborado pelo Centro Mexicano de Direito Ambiental (Cemda), foram reportados desde maio de 2014 a junho de 2015, 109 casos de ataques verbais e físicos contra ativistas do meio ambiente.
Tanto as agressões como os assassinatos cometidos contra os que defendem as florestas e selvas tem se mantido na impunidade, já que muitas vezes os agressores são empresas, o crime organizado e o próprio governo. Mas a única opção que fica é seguir o exemplo destes ativistas, temos somente um planeta terra, nossa única casa e merece respeito e agradecimento.
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Tradução para português, Thiago Iessim para Desacato.info.
Foto: Wirikuta.
Arriesgar el pellejo por salvaguardar el ambiente
Por Ana Rosa Moreno, de Puebla, México, para Desacato.info.
La semana pasada el pueblo hondureño perdió a una gran mujer, Bertha Cáceres, prominente defensora de los derechos humanos y del medio ambiente. Cáceres logro organizar a la población lenca, el mayor grupo indígena en Honduras para presionar, detener y retirar el proyecto de la construcción de la represa de Agua Zarca en el noroeste del país, exactamente en el Rio Gualcarque, lugar sagrado para las comunidades indígenas y vital para su supervivencia, el enfrentarse a al gobierno, a los empresarios chinos e incluso al Banco Mundial le costó la vida.
Y es que ser activista defensor del medio ambiente es casi casi como entrar a un estanque lleno de tiburones hambrientos. Literal no sales vivo de allí. Hablemos del caso mexicano.
México es un país realmente vasto en flora y fauna, la variedad de climas, hace que sea realmente un territorio rico en recursos naturales renovables y no renovables, sin embargo, la actividad ilegal como la tala de árboles, los incendios forestales, la desaparición de ecosistemas (para construir empresas, fabricas, áreas turísticas), la cacería han ido destruido el ecosistema mexicano. Se calcula que al menos 2 mil 606 especies de flora y fauna que habitan en territorio nacional se encuentran bajo alguna categoría de riesgo debido a la actividad humana. Aunque la Secretaria de Medio Ambiente y Recursos Naturales (SEMARNAT) ha previsto programas para el cuidado de medio ambiente, la protección de la flora y la fauna y la prevención de daño a los ecosistemas, no ha dado buenos resultados gracias a la corrupción y el tráfico de influencias que se hacen de la vista gorda o entregan licencias para la construcción de inmuebles en áreas naturales, tal como se vio en la Península de Yucatán hace en febrero donde la SEMARNAT había aprobado el levantamiento de una plaza comercial en una reserva natural, Tajamar, lugar donde reptiles, aves y vegetación coexistían tranquilamente, un día en la mañana fue barrida por las excavadores y dio muerte a cientos de especies y el impacto ambiental fue evidente.
Ante este tipo de tragedias existen quienes dan la vida por los que literal no tienen voz, los activistas ambientales (muchos de ellos representantes de pueblos indígenas ) luchan contra el gobierno y las grandes corporaciones por mantener un futuro sustentable para quienes habitan ahí y para las futuras generaciones; participan de manera activa para impedir la devastación de bosques o se manifiestan contra proyectos que dañan su hábitat pequeño detalle que no les agrada a cierto grupo de poder político y económico.
También, se han reportado amenazas y presiones a funcionarios públicos para entregar licitaciones o no dar marcha a demandas o denuncias sobre ataques al medio ambiente. Ejemplo de ello, Juan Elvira Quesada de la SEMARNAT reconoció que ha sido objeto de presiones de legisladores, inversionistas, gobernadores y alcaldes para la autorización de proyectos.
Raziel Villegas, director de Impacto Ambiental y Zona Federal de la Procuraduría Federal de Protección al Ambiente (Profepa), recibió en su teléfono una amenaza de muerte mientras participaba en operativos de clausura de hoteles en Cancún. De acuerdo al reporte realizado por la organización internacional Global Witness, Brasil, Colombia y Honduras lideran el top sangriento de activistas medio ambientes, México reporto en el 2015 tres casos de asesinato a defensores del medio ambiente, esto no descarta que existan amenazas, ataques violentos e incluso asesinatos, solo que la mayoría de las veces no son reportadas. A manera de lista enumero alguno de los casos más sonados sobre asesinatos de activistas pro medio ambiente en México.
Mariano Abarca, ambientalista y activista por los derechos humanos en Chiapas fue secuestrado y asesinado en agosto del 2009. Se oponía a los trabajos de la minería canadiense Blackfire Exploration que explotaba el mineral barita en el municipio de Chicomuselo. Fue asesinado afuera de su recibió tres impactos de bala en el cuello y en el pecho domicilio. Abarca ya había denunciado públicamente las amenazas de muerte por parte de funcionarios de la empresa canadiense, las autoridades mexicanas no le brindaron la seguridad necesaria. En septiembre, Felipe Arreaga fue embestido por una unidad del transporte público, defensores de derechos humanos exigieron el esclarecimiento de su muerte. Arreaga nacido en Guerrero, fue uno de los fundadores de la Organización de Campesinos Ecologistas de la Sierra de Petatlán y Coyuca de Catalán (OCESP). En 2004 Arreaga fue encarcelado por el presunto homicidio de Abel Bautista, fue liberado 10 meses después por falta de pruebas. Mientras estuvo en prisión recibió el premio Chico Méndez, otorgado por la organización estadunidense Sierra Club, en reconocimiento a su defensa de los bosques y también fue declarado preso de conciencia por Amnistía Internacional. Actualmente su esposa continúa con la defensa de los bosques con la agrupación Organización de Mujeres Ecologistas de la Sierra de Petatlán (OMESP).
Ese mismo año pero noviembre Miguel Ángel Pérez fue torturado y asesinado, comunero de Tepoztlán quien trabajaba en defensa del agua y la tierra recibió amenazas y fue ultimado el 31 de octubre. Ese día Miguel Ángel fue citado a un sitio cercano a Ahuatepec en el estado de Morelos para hacer un presupuesto de herrería, ya no regreso y al otro día el personal de la Funeraria Morelos fue a su domicilio y pidió a la esposa del activista que se trasladara al Semefo de Cuernavaca para identificar el cuerpo.
En junio del 2012, Ismael Solorio Urrutia y Manuela Solís Urrutia de chihuahua perdieron la vida al defender el agua de la zona del semi desierto y conservar los acuíferos contra la explotación irracional de las plantaciones comerciales y por evitar la violación de la Ley por parte de la Compañía de Servicios Mineros Cascabel, filial de la minera Canadiense MAGSILVER, que estaba perforando a pesar de carecer de permiso y de la oposición de la asamblea y de las autoridades ejidales.
Y en noviembre de ese año igual en el estado de Chihuahua, Juventina Villa fue asesinada junto con su hijo, un año antes su esposo más dos hijos corrieron esa misma suerte. Lamentablemente, 20 miembros de su familia y su esposo fueron asesinados después de que se negaron a permitir que los traficantes cortan árboles de un bosque cerca de su pueblo. Una comunidad entera se ha trasladado a causa de los peligros que enfrentan si deciden quedarse en sus casas.
Sobre agresiones contra los defensores de la naturaleza, de acuerdo al “Informe sobre la situación de los defensores ambientales en México”, elaborado por el Centro Mexicano de Derecho Ambiental (Cemda), se han reportado desde mayo del 2014 a junio del 2015 109 caos de ataques verbales y físicos contra activistas medio ambientales.
Tanto las agresiones como los asesinatos hacia quienes defienden los bosques y las selvas han quedado impunes ya que muchas veces los agresores son las empresas, el crimen organizado y el gobierno. Lo único que queda es seguir el ejemplo de estos activistas, solo tenemos un planeta tierra, nuestro único hogar y merece respeto y agradecimiento.