Por James Ratiere, para Desacato. info.
Eu não sei quantos segundos vai durar tudo isso, então te abraço. Teus olhos brilham de alegria, é lindo perceber o quanto há esperança em você. Ai pega a mochila e vai embora, e meu coração aperta, mas não ligo. Ele vai ficar bem.
Sento ao lado da mesa e fico olhando o quadro pintado de mamãe e papai, dá aquela agonia, eu ignoro novamente, acho que é um tipo de saudade sabe? Você diz que vai crescer e se dar bem na vida. Vou cuidar de você mamãe! Eu sorrio ao lembrar de tudo isso. Tô ficando sentimental demais, a vida é dura, a gente não pode enrolar, e nem se deixar abater. Daqui a pouco tenho que sair. Dona Júlia me espera, tem faxina pra botar feijão na panela. Você tem que se alimentar. Estuda demais a criança.
Lembro até hoje do dia que nasceu, qual mãe esquece não é mesmo? Dói demais ter, mas é uma alegria ouvir aquele choro de quem não quer sair da gente pra viver.
Tô chorando não sei por que, tem uma saudade que tá apertando, e mamãe parece entender me olhando lá do quadro. O que você quer dizer pra mim mainha? Por que essa agonia?
Ligo as notícias, tudo para, saio correndo já entendendo o que tá acontecendo, ai meu Deus!
Meu Menino, Meu Menino, meu menino, Deus!