Por Flávia Vilella.*
Em assembleia na manhã de hoje (3), garis do Rio de Janeiro decidiram continuar a greve iniciada há três dias. Alguns bairros da capital fluminense estão tomados de lixo, sobretudo, os locais por onde passaram ontem (2) os blocos de carnaval e o Sambódromo. Dos cerca de 15 mil garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), aproximadamente 3,5 mil estão parados.
Na Lapa, bairro boêmio da cidade, resíduos sólidos aglomeravam-se pelas calçadas, meios-fios e canteiros. O mau cheiro incomodava as pessoas que passavam pelas ruas. Durante a manhã, um grupo de garis da Comlurb, sem o uniforme, faziam a limpeza nos Arcos da Lapa. O turista inglês John Mills que veio ao Rio pela primeira vez para o carnaval não sabia da greve. “Eles foram espertos por fazer a greve logo neste período, pois a cidade está realmente muito suja.”
Bairros como Copacabana e Botafogo não apresentavam problemas com a limpeza urbana nesta manhã, com ruas limpas e lixeiras vazias.
O movimento grevista reivindica ajuste salarial de R$ 803 para R$ 1,2 mil, aumento no valor do tíquete-alimentação diário de R$ 12 para R$ 20, pagamento de horas extras para quem trabalhar nos domingos e feriados, como previsto em lei, e melhores condições de trabalho. Eles fizeram um protesto ontem na sede da prefeitura.
No sábado (1º), o Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (TRT-RJ) declarou a “abusividade e ilegalidade” de qualquer movimento de paralisação dos garis vinculados à Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). O Sindicato e Comlurb não reconhecem a greve. A Companhia informou por meio de nota que está em negociação com o sindicato da categoria “como faz todos os anos no período do acordo coletivo”. Até o fechamento desta matéria a Comlurb não havia se manifestado sobre a paralisação nem sobre as providências para solucionar o problema do lixo.
* Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante