As lutas recentes pela moradia e as Ocupações nas grandes capitais do Brasil tem chamado atenção pela sua capacidade de arregimentação de pessoas e também pela forte repressão de que tem sido alvo. Ao contrário do que costuma ser exibido nas mídias, os conflitos pela terra urbana situam-se dentro da ordem: buscam o direito à moradia e a função social da propriedade, garantidos na Constituição. tal qual tem feito o MST, o movimento indígena, quilombola e ecologista, entre outros.
Na Grande Florianópolis, desde 2012, vimos reascender um novo ciclo de lutas pela moradia e pela terra, que surpreendeu aqueles que julgavam aceito o projeto da “cidade-mercadoria”: a segregação sócio-espacial, a subalternização dos trabalhadores e trabalhadores que mantém a cidade, além da gentrificação da capital e a dilapidação dos recursos naturais, entre outros aspectos, tem gerados conflitos e lutas, entre as quais as Ocupações organizadas: Contestado, Palmares e Amarildo. Estas experiências, diversas e ricas, tem sido alvo da criminalização de suas lideranças, que nos leva a pensar em seus significado mais amplo, no contexto do atual capitalismo brasileiro.
Para compreender melhor os desafios desta conjuntura, estamos propondo um primeiro encontro sobre o tema da Terra e da Moradia, a partir da contribuição de representantes dos movimentos de outros estados, e coletivamente refletir sobre os desafios colocados para a reflexão e para a ação politica.