Os presidentes dos países que compõem o Mercosul estão preparando um documento conjunto condenando as ações de espionagem, direito a asilo e o incidente envolvendo o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, segundo informou à imprensa os chanceleres da Venezuela, Elias Jaua, e do Uruguai, Luis Almagro.
“Vai haver uma resolução sobre espionagem, direito a asilo e sobre a ofensa ao presidente Evo Morales”, declarou Jaua, antes da reunião de chanceleres para preparação da cúpula do bloco, que ocorre amanhã (12). Na ocasião, a Venezuela – que foi admitida como quinto membro pleno do Mercosul há um ano – assumirá a presidência pro tempore do grupo. O Uruguai é o atual presidente temporário do bloco regional.
Almagro declarou que “as desculpas apresentadas pelos países europeus foram insuficientes [em relação ao episódio de Morales]”. Na terça-feira passada (9), o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, por consenso, uma resolução condenando as ações dos países europeus porque são “claramente violadoras de normas e princípios básicos do direito internacional, como a inviolabilidade dos chefes de Estado”.
Esta é mais uma repercussão do incidente internacional que aconteceu no último dia 2 de julho, quando o presidente Morales foi impedido de sobrevoar o espaço aéreo de Portugal, da Espanha, França e Itália por causa da suspeita de que Edward Snowden, condenado e procurado pelos Estados Unidos por vazar informações da Agência Nacional de Segurança (NSA), estaria a bordo do avião do presidente boliviano. Snowden é procurado pelo governo norte-americano após ter revelado monitoramento de dados de cidadãos – norte-americanos e estrangeiros – pelo governo estadunidense.
O governo venezuelano ofereceu asilo a Snowden no último dia 5 de julho. Ele está em uma área de trânsito no aeroporto de Moscou. Para que possa sair do país, a Venezuela teria que negociar com a Rússia um salvo-conduto.
*Com informações da Agência Brasil/EBC