Mais um capítulo da série de reportagens da Vaza Jato, divulgado pelo The Intercept Brasil em parceria com o UOL, nesta sexta-feira (27), revelou que a perseguição contra o ex-presidente Lula da Silva se arrasta desde, no mínimo, 2015. Conversas divulgadas mostram que a força-tarefa esteve em contato com a Embaixada da Suíça para obter provas ilícitas contra Lula, através de uma estratégia conjunta entre os investigadores.
Portanto, o texto das conversas deixa claro que, mais do que colaboração, os procuradores da força-tarefa mantinham uma estratégia conjunta com os suíços, que guiavam suas apurações de acordo com os desígnios da Lava Jato no Brasil. Os procuradores brasileiros eram avisados sobre quais informações as autoridades suíças possuíam e então solicitavam exatamente aqueles dados. Em outros casos, pediam que os suíços investigassem pessoas e empresas específicas, inclusive parentes do ex-presidente.
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A troca de informações fora dos canais oficiais envolveu, além de membros do Ministério Público suíço, ao menos um funcionário da embaixada da Suíça no Brasil, lotado em Brasília. Chamado apenas de Marco pelos procuradores, o UOL apurou que o interlocutor seria Marco Marinzoli, adido policial na representação diplomática.
O policial federal suíço chegou ao Brasil em 2014 e logo se aproximou de membros da força-tarefa.
Os procuradores fazem constantes menções a ele como origem de informações de “inteligência” recebidas da Suíça. Em 2015, Deltan falou com os colegas sobre uma reunião que tinha realizado com o adido policial para tratar da Lava Jato e chegou a enviar um documento com uma espécie de ata, onde listava as informações recebidas e as providências que sua equipe deveria tomar.
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