A conta de Twitter da menina Bana foi criada há 3 meses e desde então atraiu mais de 310 mil seguidores. Os tweets, escritos em inglês perfeito pela menina e sua mãe, Fatemah, contam da maneira dramática como é, supostamente, a vida em Aleppo oriental.
Em uma entrevista exclusiva com a Sputnik, o ativista sírio Maytham al Ashkar afirmou estar convencido de que todos os relatos de Bana no Twitter, que têm sido amplamente divulgados por grandes meios de comunicação, não passam de um “exemplo flagrante de propaganda” contra o governo sírio.
Bana já se converteu em uma espécie de ícone da guerra civil Síria, chegando ao ponto de ser qualificada pelo Washington Post como a “Anne Frank” [moça alemã de origem judaica, vítima de Holocausto, extermínio maciço de judeus, que virou conhecido após a publicação de seus diários] de Aleppo. Entretanto, apesar da conta da menina síria ter sido verificada pelo Twitter, muitos têm questionado sua autenticidade.
O ativista pró-governamental Maytham al Ashkar, que atualmente mora em Beirute, mas viaja frequentemente a Damasco e Aleppo, entrou em contato com Bada por via Twitter em 27 de novembro para lhe propor a sua evacuação junto com toda a família.
“Quando entrei em contato com a conta de Bana, comecei a falar árabe, dado que somos todos sírios e o árabe é nossa língua materna, embora fosse óbvio que a pessoa que possuía a conta preferia o inglês como língua de comunicação”, sublinhou Al Ashkar.
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Explicou que, antes da conversa com ela, “tudo estava preparado para a evacuação da sua família”. Al Ashkar também assegurou que estariam presentes meios de comunicação e das autoridades locais para garantir a segurança da menina. “As autoridades sírias acordaram em evacuá-los de Aleppo oriental para qualquer destino que escolhessem, inclusive para fora da Síria”, recordou o herói. No entanto, depois de reclamar que Al Ashkar estava a “apressando”, Bana acabou por rechaçar a proposta.
“A menina é apenas um rosto, uma ferramenta usada pela inteligência britânica. Há uma estreita relação entre a conta de Bana e os Capacetes Brancos, que são financiados e patrocinados pelo Reino Unido”, argumentou Al Ashkar.
Anteriormente, muitos usuários se questionaram por que motivo a conta de Bana tinha sido cadastrada no Reino Unido. Além de não terem obtido nenhuma resposta, estes usuários foram bloqueados logo depois de contatar com a página da menina. “Creio que a moça estava em Aleppo, mas agora já não está. Seu papel foi tirar fotos e vídeos e, uma vez que cumpriu sua tarefa, foi embora”, concluiu.
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Fonte: Sputnik News.