Jornal GGN – A ministra dos Direitos Humanos Damares Alves informou na terça (13) que o Memorial da Anistia não será mais entregue. Segundo ela, o governo Bolsonaro pensará em outra destinação para o prédio da Universidade Federal de Minas Gerais, no Bairro Santo Antônio, mas o projeto de preservação da memória não sairá do papel apesar de já ter consumido R$ 12 milhões para esta finalidade.
“Podemos encontrar um outro destino para esse prédio, mas, o memorial, não temos recursos para isso”, disse.
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A obra, iniciada em 2009, estava prevista para ser concluída em 2016. A reitoria da UFMG informou à Damares que faltam R$ 3 milhões para restaurar o prédio e mais R$ 8 milhões para colocar o memorial para funcional.
Damares, contudo, disse que o dinheiro do Ministério será usado na Comissão de Anistia, para agilizar os processos que estão aguardando parecer.
“A gente vai depois decidir o que fazer com a memória, com o acervo a museografia, o material, os livros, aí é uma outra situação. Mas o prédio não temos condição de entregar para a sociedade, não temos dinheiro mais para isso”, afirmou.
Nas redes sociais, a ministra inflacionou o gasto com o memorial – disse, equivocadamente, que já foram gastos R$ 28 milhões – e afirmou que os responsáveis por eventuais desvios serão responsabilizados.
“A construção está sob investigação da Polícia Federal, que apura um suposto desvio de recursos no empreendimento. Em 2017 foi feita uma operação e reitores da UFMG foram alvo de conduções coercitivas para explicar o atraso na obra”, lembrou o jornal Estado de Minas.