Londres, 21 jun (Prensa Latina) Os médicos britânicos secundaram hoje os protestos de outros setores da administração pública contra a reforma do sistema de pensões do Governo, o que constitui a primeira greve destes trabalhadores em quase 40 anos.
Cerca de 100 mil filiados à Associação Médica britânica (BMA, em sua sigla em inglês) boicotaram cirurgias e consultas não urgentes previstas para esta quinta-feira, como rejeição aos planos governamentais.
Em consequência, nos hospitais da capital britânica foram reprogramadas ao redor de 490 operações e 3.200 consultas externas, enquanto na Escócia 60 por cento dos serviços médicos permanecem com suas atividades paralisadas.
De acordo com o sistema de pensões proposto pelo Governo, que reforma o aprovado em 2008 por considerá-lo insustentável, os médicos deverão atrasar sua aposentadoria de 65 para 68 anos a partir de 2015.
Além disso, sua contribuição à segurança social aumentará já que lhes serão deduzidos até 14 por cento do salário para os que ganham mais de 180 mil dólares anuais.
Enquanto isso, o presidente da BMA, Hamish Meldrum, manifestou que a intenção do protesto não é afetar a população, pois “nossos argumentos não estão relacionados com as pessoas, mas sim com o Governo”.
Diante da convocada greve de 24 horas, o ministro britânico de Saúde, Andrew Lansley, afirmou que a BMA “não reconhece a realidade política e econômica” do país.
“Todos desejamos que tenha mais dinheiro mas não há, todo mundo tem que apertar o cinto”, considerou Lansley.
Não obstante, a BMA indicou que o Estado se equivocou ao mudar o atual plano de pensão para os médicos, acordado em 2008, e acusou o Governo de apresentar uma visão parcial e enganosa dos fatos e das cifras.
Apesar da greve, primeira que faz o sindicato dos médicos desde 1975, as unidades de emergência e acidentes, assim como os departamentos neonatais dos hospitais se mantêm em funcionamento.