MC chapecoense agride companheira e seu coletivo “Selva” produz clip misógino

Depois de ser acusado de agressão e dano patrimonial, o mc mano ET e seu coletivo Selva fizeram uso do hiphop para atuar contra a luta feminista. O clip “Diss pra femista”, publicado em seu canal do youtube no dia no dia 24/11, apresenta o discurso misógino do grupo, que critica a luta por igualdade e se refere às mulheres como arrombadas. O clipe é criminoso também ao expor imagens da vítima https://www.youtube.com/watch?v=AEKE1vroXK8.

O papel do Hip Hop na luta por igualdade de gênero  

As denúncias desses casos dentro do movimento Hip Hop é de suma importância para a visibilidade e transformação dessa realidade, que, se não é restrita ao Rap, tampouco lhe é alheio. A luta das mulheres dentro do movimento Hip Hop é de classe, raça e também contra o machismo.  

Temos visto isso ocorrer no cenário HipHop e temos visto também um progresso fundamental para livrar as mulheres da violência física e da perversidade da invisibilidade. Porém, alguns mc’s ainda não aprenderam que sem a derrubada do patriarcado, nenhuma luta por igualdade social é possível. Assim, o combate ao machismo e violência contra as mulheres é de responsabilidade do HipHop, que também contribuiu para marginalizá-las por tanto tempo. Expor as organizações que endossam a misoginia, limitar a projeção de rappers que apresentam discurso misógino e que são referência para jovens são, ambas, uma forma de  conquistar respeito para a comunidade HipHop como um todo.  

Cena feminina do Rap e Hip Hop Chapecoense resiste 

Nas palavras do rapper Cristian Breuer, que compõe o coletivo e produtora de eventos SELVA, estes têm sofrido “ataques e tentativas de boicote por parte de um grupo insignificante de pessoas que querem atrapalhar”, como publicou no seu perfil da rede social Facebook ao divulgar o vídeoclipe da música “Diss pra femista”, postagem replicada na página desse mesmo coletivo e produtora já referido. O que está por trás desse ataque às feministas promovido por Cristian e por este coletivo, com exposição da imagem da ex-companheira no vídeoclipe em questão, é a invisibilidade da violência contra ela e outras mulheres tanto da cena do RAP e do hip hop chapecoense quanto fora dela cometida por membros deste coletivo.  

Após ser agredida por Cristian e sofrer boicotes na execução de projeto sobre a cultura hip hop nas escolas públicas de Chapecó registrado em seu nome, a ex-companheira registrou Boletim de Ocorrência e, com a escolta da polícia, retirou seus pertences da casa onde ambos residiam. Quando a vítima foi acolhida por outras mulheres, para suporte psicológico e jurídico, o agressor e demais mc’s iniciaram uma onda de ameaças contra as envolvidas. As mulheres tinham como encaminhamentos para o caso uma carta de repúdio e cursos de formação em questão de gênero para os movimentos de hip hop da cidade. As coações à vítima cresceram quando o show do Mc Marechal, para o dia 02 de dez, em Chapecó-SC, produzido por Cabana Eventos e Coletivo Selva, foi cancelado por, supostamente, ter recebido ameaça de boicote. Estruturou-se uma perseguição às mulheres militantes, ilustrado pelo vídeo produzido e em mensagens privadas de integrantes das duas produtoras envolvidas. 

Ao contrário de as calar, a intensificação das ameaças mostraram a necessidade de dar visibilidade ao ocorrido para a segurança das mulheres envolvidas e exposição dos agressores ao cenário Rap. O coletivo SELVA assumiu, direta ou indiretamente, uma postura sexista, transfóbicahomofóbica, patriarcal e sectária ao tentar invisibilizar o recente caso protagonizado por Cristian e outros casos de agressão contra outras mulheres, adotando as estratégias da Casa Grande através da qual enfraquecem a luta da qual rogam-se legítimos representantes, afetando os elos de solidariedade do movimento e da luta. Com a ciência do papel instrutivo do RAP em seus contextos culturais, econômicos e sociais, repudiamos e denunciamos o teor das ameaças recebidas, que vai desde violência física em mensagens privadas à inferiorização da capacidade intelectual e do caráter vitimista expresso no vídeoclipe “Diss pra femista”. Para finalizar essa matéria, gostaria de contrapor o vídeo acima com a promoção do clipe Machocídio, da DMNA Produtora, que representa a voz de milhares de mulheres que tentam trabalhar com música, espacialmente as mulheres de Chapecó neste momento de insegurança. MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS.  

 

Fonte: Enviado por: Cena feminina do Rap e Hip Hop Chapecoense resiste.

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