Por Giovanna Galvani.
No ano de 1952, anos depois de ajudar a decodificar uma linguagem secreta usada pelos nazistas para programar ataques na Segunda Guerra Mundial – o que possibilitou o adiantamento e a vitória dos Aliados -, Alan Turing foi julgado e condenado por homossexualidade no Reino Unido. Para não ser preso, aceitou um tratamento que previa castração química e controle por hormônios femininos. Morreu jovem, aos 41 anos, por ingestão de cianeto – há quem aponte motivações de suicídio. Quase 60 anos depois, recebeu o perdão real da Rainha Elizabeth II. E, agora, ele será o rosto das novas notas de libras britânicas.
“Alan Turing era um matemático excepcional, cujo trabalho tem um impacto enorme na forma como vivemos hoje”, afirmou Mark Carney, presidente do Banco da Inglaterra, ao realizar o anúncio da nova nota de 50 libras. De acordo com o Banco da Inglaterra, que soltou a informação na manhã desta segunda-feira 15, as notas devem sair para circulação até o final de 2021.
O ‘pai da computação’, como é conhecido, foi selecionado dentre quase 1000 cientistas cotados. De acordo com o Banco, a decisão levou em consideração o papel crucial de Turing na decifração dos códigos nazistas, a sua função vanguardista no desenvolvimento dos primeiros computadores – feitos no Laboratório Nacional de Física britânico e na Universidade de Manchester -, além dos impactos causados pela perseguição que sofreu, anos depois, por sua homossexualidade.
A história de Turing popularizou-se também com o lançamento do filme ‘O Jogo da Imitação’ (2015), que deu luz ao esforço da equipe do Exército Britânico para decifrar a localização dos barcos alemães durante a guerra e compôs uma biografia de Turing.