Marquito ou Dário? Quem irá ao segundo turno contra Topázio em Floripa? Por Ivando Valdameri.

Foto: Tali Feld Gleiser

Por Ivandro Valdameri.

Faltando pouco mais de duas semanas para as eleições municipais o cenário em Florianópolis parece claro em apenas dois pontos: 1) o atual prefeito e candidato à reeleição estará no 2º turno; 2) apenas Marquito (PSOL) e Dário Berger (PSDB) têm chances de enfrentar Topázio.

Todos os demais candidatos ocupam posições de figurantes, ainda que nas sondagens Lela e Pedrão tenham intenções de voto algo maiores que os nanicos Portanova, Mateus Souza, Bruno Dias e Carlos Müller – tanto o petista quanto o candidato dos Amin situam-se num patamar em torno de 5% a 6% e dali não decolam.

Nestes dias o dilema que se impõe a uma parcela da esquerda florianopolitana é “quem preferimos que enfrente Topázio? O ecologista Marquito ou o tucano Berger?”

Essa dúvida deve afetar principalmente a base da militância lulista que não teve nenhuma participação direta na estratégia eleitoral adotada pelo PT. Já entre a cúpula do Partido dos Trabalhadores não há dúvida nenhuma, porque estão fechados com o patrão Dário desde ao menos 2022.

De minha parte, penso que seria um ato de grandeza Lela retirar sua candidatura em favor de Marquito e assim buscar garantir a presença da esquerda no segundo turno. Mas isso não deve acontecer. Como também é improvável que Marquito ou Dário superem Topázio ao final de outubro.

Então cada militante de esquerda e cada pessoa com espírito progressista dessa cidade deve tomar por conta própria a decisão mais consciente possível entre as duas opções postas: se votarmos em Marquito estaremos contribuindo para construir uma alternativa para nossa cidade, podemos acumular forças e então haverá muitas chances de chegarmos fortes em 2028. Se optarmos por um voto que, no fim das contas, significará tentar levantar Dário Berger além de nos fragmentarmos estaremos nos juntando com uma fração da direita onde estão pessoas danosas da estirpe de Gean Loureiro; mesmo assim a probabilidade de Topázio levar é muito alta. E em tal caso não tenho dúvida de que a derrota dessa “frente estranha” seria creditada ao lulismo e não aos setores da direita com quem se estiver associado.

É assim que vejo a coisa aqui nesse lugarzinho onde vivo. Poderia ser diferente? Talvez. Mas as escolhas só podem ocorrer no presente projetando o futuro. Quanto às opções erradas do passado, somente podemos tentar corrigi-las no aqui e agora, ou então insistir no erro.

A opinião do/a/s autor/a/s não representa necessariamente a opinião de Desacato.info.

1 COMENTÁRIO

  1. No fim das contas, com a divisão da esquerda muitos já estão falando em voto útil desde o primeiro turno. E não dá para condenar o eleitor progressista quando as lideranças partidárias não fazem o dever de casa.

    Na verdade, o Dário já demorou para sinalizar para a esquerda e progressistas. No Rio de Janeiro, o Eduardo Paes fez um evento com o Freixo e falou: “O eleitor progressista pode se sentir tranquilo ao votar na minha chapa”.

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