Mariana dois anos depois: o que a lama não levou?

Por Alice Marcondes.

Ruas desertas e casas soterradas recebem quem chega ao distrito de Bento Rodrigues. O lugarejo, distrito do município de Mariana, em Minas Gerais, foi arrasado pela lama que escorreu da barragem de Fundão há dois anos. Pelos caminhos, muitos sinais de uma comunidade que um dia lá viveu seu cotidiano. A escola, os bares, as moradias, tudo parece ter parado em 5 de novembro de 2015. Pelos cantos, cobertores, televisões e brinquedos adquirem a coloração marrom escura que cobre o que ficou para trás.  O pó do rejeito de mineração domina o ar, as folhas e impregna na pele dos visitantes.

Desde a entrada é possível ver também caminhões da Samarco. A empresa é proprietária da barragem que se rompeu, despejando mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito da mineração, que destruíram o que estava pela frente. Bento Rodrigues foi o distrito mais atingido, mas a lama levou abaixo também casas no município de Barra Longa e causou danos ainda incalculáveis nos rios Carmo, Gualaxo do Norte e Doce, que carregaram o rejeito ao longo de 680 quilômetros, até o litoral do Espírito Santo. O episódio matou 19 pessoas, causou impactos diretos e indiretos em 39 municípios e ficou marcado como o maior desastre ambiental da história brasileira.

Em Bento, os caminhões trabalham na construção de diques, que servem como contenção para que as chuvas não carreguem para o curso dos rios o rejeito acumulado no vilarejo. As obras polêmicas alagaram parte do distrito, levando para longe dos olhos símbolos de lembranças, que fazem falta a quem já perdeu tudo.

Agora, dois anos após o desastre, a reportagem da Envolverde percorreu a convite da Fundação Renova algumas cidades impactadas. A instituição é responsável por gerir os R$ 11,1 bilhões que serão pagos até 2030 a título de multa pela Samarco e suas acionistas,  Vale e BHP Billinton, e destinados e recuperação e compensação dos impactos. E eles são muitos.

Onde a lama levou casas os danos são mais visíveis, mas o TTAC (Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta), firmado entre a Samarco Mineração, com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP Billiton, os governos Federal e Estadual de Minas Gerais e Espírito Santo e outros órgãos governamentais em março de 2016, leva em consideração uma vasta gama de prejuízos causados, como a perda de biodiversidade, o impacto na geração de renda de quem vivia da pesca, do turismo, ou de outras atividades relacionadas ao rio, os transtorno impostos a quem passou dias sem abastecimento de água, entre muitos outros aspectos.

Para tentar dar conta dessa missão, a Renova trabalha em muitas frentes. São 42 programas e projetos temáticos e profissionais. O trabalho da Fundação é acompanhado pelo CIF (Comitê Interfederativo), composto com mais de 40 órgão públicos e organizações, incluindo Governo Federal, Governo do Estado de Minas Gerais,  Governo do Estado do Espírito Santo,  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Águas (ANA), entre outros órgãos.

Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira

Além de Bento Rodrigues, onde a devastação foi total, casas, igrejas comércios e propriedades rurais foram destruídas também no distrito marianense de Paracatu de Baixo e no distrito de Gesteira, pertencente à pequena Barra Longa – município que teve também destruição em sua área urbana. No caso dos distritos, as construções não puderam ser reerguidas nos mesmo locais. A saída proposta foi a reconstrução em novos localizações.

A ‘nova’ Bento, como tem sido chamada, será erguida na fazenda da Lavoura. O terreno de 375 mil hectares pertencia à ArcelorMittal e foi adquirido pela Renova após um processo de escolha conduzido junto à comunidade. “Apresentamos à comissão de moradores algumas opções de áreas e essa foi a escolhida. Realizamos escutas e depois uma votação e a preferência foi consenso”, explica Ana Carolina Nunes, coordenadora da equipe de Diálogos da Fundação renova. A área fica há cerca de dez quilômetros do centro de Mariana, enquanto a  Bento ‘antiga’ estava a 24 quilômetros. “Apresentamos opções ainda mais próximas à cidade, mas percebemos que é uma prioridade para os moradores manter o modo de vida que tinham, mais isolados”, comenta Carol.

Essa preferência se destaca também no processo de desenho do mapa, etapa atual do projeto. “Os moradores prezam muito pela vizinhança, querem os mesmo traçado das ruas e, inclusive, o mesmo desenho das casas”, lembra.

Esse sentimento fica claro na fala e no olhar de Eliane Santos Salgado, de 36 anos. Ela era uma das moradoras do distrito e viu quando a lama engoliu tudo naquele dia fatídico. “Estava chegando de ônibus. Corri para a casa da minha mãe, onde estava meu filho Ítalo. Consegui salvá-lo e minha família toda correu a tempo”, conta. A casa onde ela vivia com o marido e dois filhos não foi destruída pela lama, mas sofreu com a onda de saques que sucedeu a tragédia. “Depois do rompimento a Defesa Civil isolou a área e eu só consegui chegar à minha casa dois dias depois. Não tinha mais nada lá”, lamenta. O caso de Eliana não foi uma situação isolada. Percorrendo as ruas de Bento Rodrigues é possível ver casas sem portas, janelas e até telhas. Tudo furtado horas após o rompimento.

Eliane vive agora em um apartamento alugado pela Renova em Mariana e conta as horas para ter de volta um pouco do modo de vida que se foi com a lama. “Meus filhos tinham espaço para correr e brincar. Eram felizes. Agora sofreram preconceito na escola em Mariana. A Renova precisou fazer uma escola só para as crianças de Bento. Não têm mais a avó por perto e tem muitos pesadelos”, relata. Questionada sobre as expectativas para a ‘nova’ Bento, responde sem sorrir que “não vai ser como era antes, mas é uma esperança de que a gente tenha de volta pelo menos um pouco do que a gente tinha”.

Em Bento Rodrigues 225 famílias precisam ser reassentadas. Em Gesteira 20 e Paracatu de Baixo 120. Diferente de Bento, nos demais, as áreas escolhidas estão próximas do que restou dos distritos.

A relação dos moradores de Bento com a terra em que viviam é muito forte e, segundo Carol, se expressava principalmente nas festividades religiosas. “Um caminho que eles encontraram para tentar gerar essa identificação com o novo lugar foi realizar desde já seus festejos lá em Lavoura. Já houve uma procissão e uma festa”, comenta.

A jornalista Alice Marcondes esteve em Mariana e acompanhou uma expedição por todo o rio Doce, e captou alguns depoimentos sobre a atual situação dos moradores.

Posted by Dal Marcondes on Wednesday, November 8, 2017

Barra Longa

Os cerca de sete mil moradores de Barra Longa foram os únicos a vivenciar destruição na área urbana. Cortado pelo rio Gualaxo do Norte, o município teve suas ruas e comércios, além de 98 casas e uma escola, afetados. Muitas das casas já foram recuperadas, mas outras seguem ‘em construção’. É o caso de Márcia Mary Silva, de 42 anos. Com a obra de sua casa parada e sem notícias ou prazos para entrega, ela mora com outras sete pessoas da família em uma residência alugada pela Renova no município e reclama da demora. “Eles estavam construindo, mas a casa que eles subiram não está como o projeto que eu assinei. Eu reclamei e eles pararam a obra”, diz. Segundo ela, o projeto acordado reproduzia com fidelidade a casa destruída. “Eram três janelas em cima e duas embaixo. Fizeram com uma em cima e uma embaixo. Não aceito”, protesta.

Segundo a Renova, o caso de Mary foi um erro da construtora contratada emergencialmente pela Samarco logo após o rompimento. A Fundação alega que a empresa já não trabalha mais na reconstrução das casas no município e que, após assumirem a gestão dos recursos, todos os processos têm sido realizados com amplo diálogo com os atingidos. Ainda assim, não sabem quando e nem como o problema no projeto de Mari será resolvido.

Enquanto isso, a família segue com dificuldades para se adaptar à rotina imposta pelo novo endereço. “Minha casa tinha um quintalzão onde meu pai caminhava. Desde que a gente mudou ele não caminha mais. Está com depressão. Meu filho brincava na rua e onde estamos agora é perigoso. A porta dá direto no asfalto”, conta com indignação.

Impactos na saúde

O município de Barra Longa convive ainda com um impacto menos visível da lama. As reclamações de problemas respiratórios no SUS (Sistema Único de Saúde) explodiram após o rejeito acumulado secar e se espalhar pelo ar da cidade.

Este é um problema relatado por grande parte da população, como explica a professora Liliane Alves Ferreira. “A gente ouve muita história de gripe, pneumonia e outras coisas. Tem uma médica de São Paulo que disse que a gente está em uma bolha e que as consequências disso virão com o decorrer dos anos”, conta.

A incerteza dos possíveis impactos à saúde existe também entre os profissionais da Fundação. Eles monitoram o ar do município, que atualmente é considerado próprio. Mas, as estações não estavam por lá há dois anos quando a lama escorreu. Albanita Roberta Lima, líder do programa de saúde da Renova, explica que a análise dos impactos toxicológicos e epidemiológicos requer estudos mais profundos que, segundo ela, “já estão em andamento e abarcarão 40 municípios impactados”. Serão oito estudos inicialmente, a serem publicados em junho de 2018. “Os levantamentos incluem questões como o ar, a água e também transtornos mentais”, salienta.

Enquanto os dados não são conhecidos, a Fundação adota medidas paliativas. “Logo após o rompimento a Samarco contratou profissionais para reforçar a rede do SUS na região. Atualmente são 83 profissionais de nutrição, psicologia, assistência social, entre outros, além de recursos para compra de insumos”, relata Albanita.

Por hora, quem respirou o ar com rejeito, bebeu água ou comeu peixes dos rios contaminados segue sem saber as consequências que essa exposição trará.

O rejeito

Dos 55 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração vazados de Fundão, cerca de 10,5 milhões ficaram retidos na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, também conhecida como Candonga, no município de Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata de Minas Gerais.

A barragem da hidrelétrica fez com que a tragédia fosse menor nos municípios que margeiam o rio Doce dali para a frente. Como um grande percentual da lama já havia ficado pelo caminho, nas margens e leitos dos rios e nas cidades e distritos por onde passou e Candonga segurou bastante, o que aconteceu foi que a partir da barragem não houve mais a avalanche de lama, apenas a contaminação da água, que correu marrom por muito tempo.

Desde o desastre a usina parou de funcionar e começaram por lá as atividades de retirada dos rejeitos. “Já dragamos cerca de 900 mil metros cúbicos. Ainda faltam uns 9 milhões de metros cúbicos, mas com a retirada de mais 600 mil, o que deve ocorrer até julho de 2018, a hidrelétrica poderá voltar a operar”, explica Juliana Bedoya, líder de programas socioambientais da Fundação Renova..

O rejeito retirado da barragem está sendo acumulado na Fazenda Floresta. A área escolhida pela Samarco e homologada pelos órgãos ambientais poderá receber até sete milhões de metros cúbicos de rejeito, que será permanentemente acumulado em um sistema de aterro.

Outros locais também estão sendo utilizados para receber o rejeito, como o Campo do Ferroviários (time de futebol local), em Barra Longa, que será alteado pelos cerca de 150 mil metros cúbicos de rejeito coletados na cidade. As obras já estão avançadas e no início do ano, segundo a Renova, o campo deve ser devolvido à população.

Recuperação dos rios

O primeiro rio a ser encontrado pelo mar de lama foi o Gualaxo do Norte. Mais à frente este curso d’água encontra-se com o Rio do Carmo, seguindo com este nome. Em seguida o Carmo junta-se ao Rio Ipiranga, formando o famoso Rio Doce. Todos estes rios foram em maiores ou menores proporções impactados pela avalanche de rejeitos.

Mas, um olhar desavisado pode deixar passar os sinais dessa destruição. Dois anos depois, os rio tem, para leigos, uma aparência saudável. A terra mais escura na margem pode facilmente ser confundida com o solo anterior, mas na verdade é o rejeito. “Uma junta de especialista optou por não retirar todo o rejeito acumulado nas bordas ou no leito. Isso porque o impacto de manejar o material que já foi decantado pode ser maior do que o de fazer a recuperação na forma que está”, explica o engenheiro Leonardo Silva, especialista em programas Socioambientais da Fundação renova.

A recuperação dos rios passa hoje por uma etapa de restauração do solo das margens, para que depois elas possa ser reflorestadas. Nas águas já é possível ver peixes e avistar algas, mas nenhum dos cursos d’água pode ainda ser considerado recuperado.

Entenda o processo:

Posted by Dal Marcondes on Wednesday, November 8, 2017

Nascentes

Ainda para que o rio se recupere, o TETAC determina que devem ser recuperadas em dez anos 5 mil nascentes que chegam ao Doce de alguma forma. Para este trabalho, a Renova conta com a Parceria do Instituto Terra, que mapeou e já está recuperando 511 nascentes.

Vídeo Isabela Salton (Diretora Instituto Terra).

Consumo da água

Em muitos municípios cortados pelos Gualaxo do Norte e Doce a água dos rios era a principal fonte de abastecimento das populações. Apesar de atualmente ela já ser considerada própria para consumo (após tratamento) em todos eles, muitos moradores seguem receosos.

Em Governador Valadares, onde as torneiras secaram por sete dias seguidos após o rompimento, os questionamentos são sobre a falta de estudo que garantam que não haverá problemas no longo prazo. “Eu não confio de jeito nenhum. A gente bebe porque sai caro ficar comprando água mineral, mas se pudesse eu comprava”, afirma Ana Clara Fonseca, de 19 anos. O receio dela é referendado por Nícolas da Fonseca, de 23 anos, que assente com a cabeça durante a fala indignada da irmã.

Quando conversaram com a reportagem eles estavam na sala de espera de um centro de atendimento da Fundação Renova, montado para gerenciar as indenizações por perda de água que serão pagas a todos os moradores do município. Serão R$ 1 mil por pessoa. O valor foi calculado pelo Ministério Público e envolve danos morais pelos sete dias de torneiras secas.

Contudo, o valor não acalma Ana Clara. Para ela “não há dinheiro que pague a minha saúde ou de alguém da minha família”.

A Fundação Renova afirma que as análises feitas apontam que a qualidade da água nos rios está igual ou melhor do que antes do rompimento.

Pesca

Diferente do que se imagina, a pesca no Rio Doce não foi proibida por órgãos ambientais. Porém, a mortandade causada pela lama, que matou os peixes principalmente por asfixia, fez minguar o volume e acabou com a sobrevivência que quem vivia da pesca.

Essa situação se repetiu ao longo dos rios. Como medida emergencial, os pescadores recebem, desde a tragédia, um cartão de em média R$ 1,3 mil. O mesmo valor é pago a outras pessoas que perderam suas fontes de renda em atividades diversas e não necessariamente ligadas diretamente ao rio.

Pescar só ficou, e ainda é, proibido na costa do Espirito Santo, nas proximidades da foz do Rio Doce. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) restringiu a atividade até que estudos possam medir os impactos reais da lama na biodiversidade marinha.

Turismo

Em Regência, distrito de Linhares onde o Rio Doce encontra o mar, o turismo era a principal atividade dos cerca de 800 moradores. As ruas estão repletas de pousadas que hoje já não hospedam quase ninguém. As mesas vagas dos restaurantes mostram que, mesmo com o sol da primavera, os turistas não voltaram ao vilarejo.

É assim, tudo vazio, desde quando a lama chegou. O local era reconhecido pelos surfistas do de todo o mundo por suas praias, que estão entre as melhores para a prática do esporte no Brasil. Mas no mar agora não há nenhuma prancha.

“Por aqui, quem não vivia do turismo vivia da pesca, então o impacto foi gigante”, comenta Nilo Carvalho, Líder de Território da Renova, que toca a obra de melhoria na estação de tratamento de água, uma das compensações impostas pelo TTAC.

Os moradores tocam a vida em compasso de espera, acreditando que logo os turistas descobrirão que Regência continua sendo um recanto de sossego e belas paisagens. Encostado no balcão do bar vazio, Jerry Silva, de 33 anos, reclama da queda no movimento do estabelecimento, que ele arrendou há cinco anos junto com um amigo. “Caiu uns 80%. Antes nessa época do ano já tinha bastante movimento. Os pecadores antes tinham dinheiro todos os dias e acabavam gastando bem aqui também. Mas hoje eles tem que esperar o mês inteiro para receber os R$ 1,3 mil que com certeza não dá para eles viverem. A nossa fé é que os turistas voltem”, comenta.

Além do bar o comerciante era sócio do sogro em um barco de pesca e recebe o cartão de auxílio emergencial. Ele é uma das milhares de pessoas que movem ações indenizatórias contra a mineradora. “Nosso prejuízo foi muito né. Temos que ser compensados de alguma forma”, enfatiza.

O mesmo sofrimento está na voz e nas palavras de dona Eliá Moraes, de 63 anos. Líder de uma cooperativa de artesãs, ela viu o empreendimento declinar com a lama. A lojinha de vendas diretas precisou ser fechada e as encomendas de lojas do distrito zeraram rapidamente. “A gente só segue trabalhando porque o pessoal do Projeto Tamar faz encomendas para as unidades deles no Brasil todo”, explica.

A situação de Dona Eliá se agrava porque os artesãos não foram considerados como passíveis de receber o cartão de auxílio. “A gente perdeu a renda e foi esquecido por eles. Estamos fazendo muitos sacrifícios”, lamenta. A Renova diz que a situação dos artesãos está sendo revista e que eles passarão a receber o cartão de R$ 1,3 mil.

Biodiversidade

Regência e outros distritos litorâneos de Linhares são palco ainda de um outro impacto incalculável da lama. As praias são santuários de reprodução de tartarugas, muitas ameaçadas de extinção. O Projeto Tamar monitora há 35 anos a reprodução das espécies e o trabalho foi ampliado com a parceria com a Fundação Renova, já que o TETAC determina que as tartarugas precisam ser acompanhadas por pelo menos cinco anos.

“Quando a água contaminada chegou ao mar era período de reprodução. Visualmente não conseguimos anda saber os impactos, mas existem dezenas de estudos em desenvolvimento para avaliar”, explica Flávia Ribeiro, bióloga do projeto, que está em Regência desde 2015, no período que ela chama de “pós-crime”.

A falta de estudos conclusivos é um problema comum à toda a biodiversidade impactada pela lama. Em toda a extensão dos rios e até o mar, não há amplos estudos anteriores que permitam um bom parâmetro de comparação ante o estado atual, que também ainda não se sabe qual é exatamente. Porém, a certeza dos danos é uníssona entre especialistas.

Incertezas

Dois anos depois, o caminho da lama é agora o roteiro das incertezas, onde muitas pessoas que perderam muito procuram agora esperança. Confiam, porque não lhes resta também muitas opções, nos projetos, em sua maioria embrionários, da Renova. A Fundação, por sua vez, recebeu uma tarefa de amplitude inimaginável. Cumprí-la requer muito esforço e paciência. Mas esta já é uma palavra rara no vocabulário de quem tem pressa para ter de volta sua rotina, suas tradições e sua história.

Fonte: Envolverde

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