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Professor aposentado da Ufba é morto na Bahia; polícia investiga crime
Portal Só em Ilhéus (texto e foto).
Um professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (Ufba) foi assassinado na noite desta quinta-feira (4) no povoado de Pirajuía, município de Jaguaripe. Marcus Vinicius de Oliveira Silva, conhecido como Marcus Matraga, foi sequestrado por dois homens armados em casa e levado até uma estrada do povoado onde foi morto com um tiro na cabeça. A polícia do município investiga o crime e a hipótese de emboscada.
De acordo com o investigador Marcos Pinto, da delegacia de Jaguaripe, dois homens foram até a casa do professor, por volta das 19h, e disseram que uma amiga dele passava mal. Um dos suspeitos se identificou como neto da mulher. Ao sair de casa para prestar socorro à amiga, o professor foi rendido e levado de carro até uma estrada de terra do povoado. Lá, ele foi executado com um tiro na cabeça. Os criminosos fugiram em seguida.
“Pelas investigações, concluímos que ele era uma pessoa muito querida. Mas estamos ouvindo testemunhas para apurar se havia algum tipo de conflito envolvendo o professor”, disse o investigador ao CORREIO.
Marcus Vinicius nasceu em Minas Gerais e tinha mestrado em Saúde Pública pela Ufba e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Ilka Bichara, professora do Instituto de Psicologia da UFBA, o professor foi um dos pioneiros na luta pela reforma antimanicomial e criação dos Centros de Atenção Psicossocial, os CAPS.
“Ele era muito engajado nas políticas públicas de saúde. Foi uma pessoa muito importante dentro e fora do Instituto de Psicologia”, lamentou a diretora.
O corpo do professor foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) e deve ser levado para Belo Horizonte, onde mora a família, para ser sepultado. Alunos e colegas do professor lamentaram nas redes sociais a morte do professor, que nos últimos anos mediava conflitos de terra entre indígenas e fazendeiros.
O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, onde Marcus Vinicius foi diretor durante uma década e esteve responsável pela Comissão Nacional de Direitos Humanos, lamentou a morte. “[Ele] foi uma grande liderança na construção de uma profissão comprometida com a justiça e a igualdade e da sua democratização. Foi também um dos grandes militantes da Luta Antimanicomial no país”.
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