A Marcha Nacional Das Vadias é um movimento pelo fim da violência de gênero e da culpabilização das vítimas de violência sexual. Em 2013, acontecerá no dia 25 de maio, em todo o Brasil.
O que é ser Vadia?
Quando se chama uma mulher de vadia pode ser por vários motivos, pode ser porque ela já transou com muita gente, porque ela transa no primeiro encontro, porque ela faz sexo casual, porque ela escolheu não transar, porque ela usa roupa curta, porque ela bebe muito, porque ela não quer ter um relacionamento sério, porque ela não quis ficar com aquele rapaz tão legal. Melhor explicando: porque ela não se comportou da maneira que você esperava que ela se comportasse. As pessoas – e a sociedade em geral – acabam separando as mulheres “direitas” das “vadias”. E as vadias não merecem respeito, porque não se dão ao respeito (não seria um princípio básico que todo ser humano merece ser tratado com respeito?). Então quando alguém chama uma mulher de vadia essa pessoa está justificando, mesmo sem ter consciência disso, qualquer violência que a “vadia” sofra. Alguém falou uma grosseria no meio da rua? Quem mandou usar essa saia. O cara na festa acha que você é obrigada a ficar com ele? Quem mandou já ter dado pra todos os amigos dele. Estava inconsciente e o cara te estuprou? Quem mandou beber demais, quem mandou sair com qualquer um, quem mandou você ser fácil. Enfim, a lista é infinita…
Agora, se for um homem que faz isso, ele é chamado do que? Se for pensar em um cara que transa com várias meninas, só existe nome “legal” pra ele (garanhão, pegador, etc) . Claro, talvez ele seja chamado de cafajeste, mas isso aparece porque ele foi babaca com alguém, traiu uma namorada, etc., não pela quantidade de sexo que ele fez na vida. Não pela roupa que ele usou, não pelo jeito dele falar, não por ele beber.
A lógica é diferente pra homens e mulheres. A sexualidade e o corpo da mulher que são colocados em julgamento, não o do homem. Isso porque a gente vive numa sociedade machista que crê que o corpo da mulher é propriedade pública.
Agora, o que é ser vadia, então? É ter autonomia sobre a própria sexualidade e o próprio corpo. Eu quero transar, eu transo. Se eu não quero transar, eu não transo. Eu quero usar essa saia, eu uso. No final das contas ser vadia é simplesmente uma mulher que faz suas escolhas livremente. Queremos viver numa sociedade onde eu tenha o direito de usar a roupa que quiser, e não ser julgada por isso nem culpabilizada caso uma violência aconteça contra mim. Atualmente isso não acontece, porque as mulheres que fogem do padrão esperado delas são chamadas de vadia – ou puta, ou vagabunda, ou mal-comida, qualquer palavra que julgue a sexualidade dela. Por isso construímos a Marcha das Vadias, por isso dizemos que somos vadia, por que ser vadia não é ruim quando se percebe o que o termo significa. O que a gente quer é mudar essa mentalidade que separa as mulheres entre as “direitas” e as “vadias”, queremos ressignificar esse termo para que todas nós possamos ser realmente livres. E acreditamos que de grão em grão a gente chega lá.
Nos vemos lá! A marcha acontecerá com chuva ou sol! Marcharemos com qualquer condição climática!!!!
Porque se ser livre é ser vadia, somos todas vadias!!
Vamos marchar até que todas sejamos Livres!
Catedral Metropolitana Praça XVConcentração as 10h com oficinas variadas!
Saída: 12:00h!
