Manifesto defende a extinção do teto de gastos

O documento é uma iniciativa da ABED – Associação Brasileira de Economistas pela Democracia e exige também um pacto social mais harmônico uma reforma tributária progressiva.

Foto: Reprodução Vermelho

O documento afirma que é preciso repensar a atuação do Estado para fazer frente aos desafios do Século 21, “o que necessariamente passa por uma revisão daquilo que sabemos que já não funciona.” Para tanto, é necessária a extinção do teto de gastos que comprime as políticas sociais de saúde, educação e assistência e os investimentos da União.

O manifesto se contrapõe aos que defendem a manutenção, e mesmo o aprofundamento do teto de gastos, afirmando que estão na contramão das políticas econômicas adotadas mundo afora:

“O ultraliberalismo brasileiro ignora o debate sobre política fiscal nos países desenvolvidos, onde a tônica tem sido a necessidade de continuar com estímulos fiscais para manter a atividade econômica, por intermédio do investimento público na descarbonização da economia, para atender a dupla necessidade de criar emprego e renda, e contribuir para o enfrentamento do grave problema ambiental e humano do aquecimento global”.

Leia abaixo a íntegra do texto:

Teto de gastos, a âncora da estagnação brasileira e da crise social

A grande recessão brasileira iniciada no primeiro trimestre de 2015 deu ensejo à construção de uma narrativa equivocada a respeito dos problemas da economia brasileira, focada quase que exclusivamente no desequilíbrio fiscal do setor público. Segundo ela, desde o início da década de 1990, o Brasil teria um desequilíbrio fiscal estrutural, caracterizado pelo crescimento excessivo dos gastos primários do setor público a um ritmo superior ao do PIB (Produto Interno Bruto).

Esse crescimento excessivo dos gastos públicos teria ensejado um aumento contínuo da carga tributária para a manutenção, a partir de 1999, de um superávit primário adequado para garantir a sustentabilidade da dívida pública no longo prazo. Ainda segundo essa narrativa, o crescimento contínuo da despesa primária e da carga tributária seria insustentável no longo prazo, de maneira que, em algum momento, um ajuste fiscal estrutural seria necessário para interromper uma suposta “morte súbita” da economia.

Ao longo dos anos de 2015 e 2016 foi sendo construído um consenso entre os economistas do mercado financeiro, a grande mídia e a maioria dos membros do Congresso Nacional a respeito da necessidade de introdução de um teto de gastos na Constituição Federal.

Não ficaram de fora desse consenso representantes diretos e indiretos dos setores produtivos que sustentavam serem também as despesas primárias de cunho social as responsáveis pela inibição das ações dos governos no apoio e fomento dos investimentos nos projetos produtivos da economia. Esse mecanismo de controle fiscal, introduzido pela Emenda Constitucional nº95, prevê o congelamento do gasto primário real da União, por um período de 20 anos, a partir de sua promulgação em 2016.

A ideia subjacente ao teto de gastos consiste em realizar um ajuste fiscal duradouro por meio da redução da despesa primária como proporção do PIB, recuperando o superávit primário estrutural do setor público e reduzindo o seu endividamento, o qual havia aumentado quase 20 p.p do PIB no período 2014-2016.

O curioso, no mínimo, é que precisamente o biênio 2015-16 caracterizou-se não pela suposta “gastança” do governo, mas pelo mergulho da economia, das receitas e pelo aumento da conta de juros já em meio à austeridade.

De todo modo, ainda durante os debates sobre a Emenda Constitucional nº95, vários economistas já haviam alertado para a insustentabilidade do teto de gastos no médio prazo. Em primeiro lugar, o congelamento da despesa primária da União em termos reais implicaria uma redução do gasto primário per capita devido ao crescimento da população brasileira a um ritmo de 0,8% a.a.

Num país com notórias deficiências nas áreas de saúde, educação, saneamento, moradia e segurança, não é uma ideia sensata perseguir essa redução. Alguma dose de prudência e bom senso apontava para a necessidade de se permitir, ao menos, o crescimento da despesa primária no mesmo ritmo do crescimento da população brasileira.

Um segundo problema com o teto de gastos é que a maior parte das despesas primárias da União —gastos com previdência social e com os salários dos servidores públicos— afeta o conjunto dos cidadãos portadores de direitos sociais e?ou laborais (inclusive os servidores estáveis concursados) e é imprescindível para a execução das próprias políticas públicas.

Com efeito, os gastos com a previdência social, com mais de 30 milhões de beneficiários, têm um crescimento médio de 3,5% a.a. em termos reais, refletindo o ritmo de crescimento da força de trabalho no período em que as pessoas que se aposentam a cada ano entraram no mercado de trabalho. A folha de salários dos servidores públicos da União, incluindo civis, militares e inativos, por seu lado, tem oscilado em torno de 4,3% do PIB nos últimos 20 anos, não é explosiva, não cresce automaticamente —pois não há data base no serviço público—, e tampouco pode ser reduzida abruptamente ao sabor do ciclo político sem ferir a Constituição e desorganizar a prestação de serviços à população.

Nesse contexto, até o momento, as variáveis de ajuste de curto prazo foram as políticas sociais de educação, saúde e assistência e os investimentos da União, notadamente os investimentos em infraestrutura, necessários para aumentar a produtividade média da economia brasileira e a competitividade das empresas brasileiras nos mercados doméstico e internacional.

Não por acaso, a introdução de uma restrição fiscal exógena e autoimposta, que não decorre da incapacidade de financiamento do governo, coincidiu, passada a crise de 2015-2016, com um ritmo de crescimento de apenas 1,2% a.a no período 2017-2019, valor 57% inferior ao observado entre 1980-2014.

Ela fez com que a economia brasileira apresentasse a mais lenta recuperação cíclica já registrada e a taxa de desocupação sempre acima de 11%, extremamente elevada mesmo antes da recente crise sanitária. No final de 2019, o PIB brasileiro ainda se encontrava 5,5% abaixo do valor observado em 2014, mesmo com o avanço de várias reformas econômicas, como as trabalhista e previdenciária, que segundo a cartilha liberal resultariam em maior crescimento da economia.

A eclosão da pandemia do coronavírus em 2020 exigiu a adoção do mais amplo programa de transferência de renda da história do país a fim de evitar o colapso econômico e social. Em função desse dispêndio absolutamente necessário, a União deverá apresentar déficit primário inédito e um aumento expressivo da relação dívida pública/PIB, a qual deverá ultrapassar os 90% ainda neste ano.

O aumento da dívida pública como proporção do PIB tem levado os arautos do austericídio fiscal a propor o regresso do governo à trajetória de cortes de gasto já em 2021, defendendo a PEC 186 (Emergencial) —que aciona o gatilho de redução de até 25% das horas trabalhadas dos servidores federais com correspondente redução nos vencimentos—, a desvinculação de recursos da saúde e educação, ou mesmo nova rodada de reforma previdenciária.

Dessa forma, o ultraliberalismo brasileiro ignora o debate sobre política fiscal nos países desenvolvidos, onde a tônica tem sido a necessidade de continuar com estímulos fiscais para manter a atividade econômica, por intermédio do investimento público na descarbonização da economia, para atender a dupla necessidade de criar emprego e renda, e contribuir para o enfrentamento do grave problema ambiental e humano do aquecimento global.

O argumento de que o controle da dívida pública a fórceps levará a uma percepção favorável dos investidores externos é falacioso, e mesmo impatriótico, pois não se sustenta em qualquer base teórica e muito menos comprovação histórica.

Esquecem-se os defensores dessa suposta alternativa que o mundo inteiro estará, nos próximos anos, às voltas com a recuperação das economias nacionais. O fator primordial que sustenta expectativas favoráveis e ânimo para investimentos privados em um país alicerça-se em políticas públicas eficazes que respeitam compromissos ambientais assumidos e que buscam construir uma ambiência institucional estável e social mais justa.

O retorno da austeridade fiscal em 2021, propugnado sem constrangimentos pelo mercado financeiro, significará a maior contração fiscal da história do Brasil, pois promoverá uma redução no gasto primário como proporção do PIB de 27% para 19% num período de 12 meses. Tal contração fiscal, no contexto de uma economia com enormes níveis de ociosidade, com um PIB ao final deste ano pelo menos 10% inferior ao registrado em 2013, levará a um novo mergulho recessivo com aumento da desigualdade na distribuição de renda, com consequências sociais —e econômicas— imprevisíveis. A proposta de “furar o piso”, com redução da carga horária dos servidores, ademais, comprometerá ainda mais a prestação de serviços públicos de saúde, educação, etc. para a parcela da população brasileira mais atingida pelos efeitos da pandemia.

Deve-se deixar claro que o aumento do endividamento público é um fenômeno global, não apenas restrito ao Brasil, e que não existe evidência na literatura econômica nem na experiência internacional sobre a existência de um limite máximo para a relação dívida pública/PIB. Com efeito, países como a Itália e a Espanha, que não possuem dívida pública denominada na sua própria moeda, deverão ultrapassar, respectivamente, a marca de 150% e 120% do PIB para o endividamento público em 2020.

O Brasil possui uma grande vantagem com respeito a esses países, pois quase 100% da dívida pública brasileira é denominada em moeda nacional e é retida principalmente por residentes no Brasil. Um cenário de fuga de capital, por medo de uma eventual crise de confiança na sustentabilidade da dívida pública, é altamente improvável em nosso país, senão impossível. E mesmo que ocorresse, o Banco Central do Brasil possui os instrumentos necessários para lidar com essa eventualidade.

Isso posto, os economistas e profissionais que trabalham com economia abaixo assinados vem por meio desta se manifestar publicamente pela extinção da Emenda Constitucional nº95, dada a necessidade de se retirar as restrições autoimpostas aos gastos de investimento e demais despesas obrigatórias da União pelo teto de gastos.

A pandemia reforçou a necessidade de um pacto social mais harmônico. No Brasil, além de uma urgente reforma tributária progressiva, é imprescindível substituir o conjunto de regras fiscais atrasadas, sobrepostas e anacrônicas. Precisamos de novos instrumentos fiscais que permitam uma estabilização do ciclo econômico, viabilizem o aumento dos investimentos públicos e garantam as políticas de transferência de renda e a prestação de serviços públicos de qualidade.

Esses são elementos centrais à reorganização econômica e social do Estado, para que este possa atuar em benefício da grande maioria da população brasileira. Para fazer frente aos desafios do Século 21, é preciso repensar a atuação do Estado, o que necessariamente passa por uma revisão daquilo que sabemos que já não funciona.

ASSINAM ESTE TEXTO:

  • Ademir Figueiredo
  • Adhemar S. Mineiro
  • Adilson Soares
  • Adriana Amado
  • Adriana Marques da Cunha
  • Adriano Vilela Sampaio
  • Adroaldo Quintela Santos
  • Agnaldo Quintela dos Santos
  • Alan Hercovici
  • Alex Palludeto
  • Alex Rabelo Machado
  • Alexandre Favaro Lucchesi
  • Alexandre R. Motta
  • Aline Souza Magalhães
  • Ana Carla Magni
  • Ana Carolina Wanderley Beltrão
  • Ana Cláudia Arruda
  • Ana Cristina Cerqueira
  • Ana Georgina da Silva Dias
  • Ana Lucia Carvalho Santos
  • Ana Lúcia de Miranda Costa
  • Ana Rosa Ribeiro de Mendonça
  • Anderson Henrique dos Santos Araújo
  • André Biancarelli
  • André Amaral de Araújo
  • André Calixtre
  • André de Queiroz Faria
  • André L. Scherer
  • André Luis Campedelli
  • André Luiz de Miranda Martins
  • André Nassif
  • André Paiva Ramos
  • André Roncaglia
  • Andréa Costa Magnavita
  • Andrea Rodrigues Ferro
  • Ângela Medrado Brasileiro
  • Antonio Carlos de Moraes
  • Antonio Carlos Filgueira Galvão
  • Antonio Corrêa de Lacerda
  • Antonio Jose Alves Junior
  • Antonio Lassance
  • Antonio Melki Jr.
  • Antônio Negromonte Júnior
  • Antônio Rosevaldo Ferreira da Silva
  • Áquilas Mendes
  • Aristides Monteiro Neto
  • Artur Ortiz de Araújo
  • Bárbara Cecilia M. F. De Souza
  • Bárbara Vallejos Vazquez
  • Bernardo Karam
  • Betty Nogueira Rocha
  • Bráulio Santiago Cerqueira
  • Bruno Andrade
  • Bruno de Araújo Andrade
  • Bruno Farias Stern
  • Bruno Leonardo Barth Sobral
  • Bruno Moretti
  • Bruno Setton
  • Camila Ugino
  • Camilo Bassi
  • Caren Freitas
  • Carlos Álvares da Silva Campos Neto
  • Carlos Cabral
  • Carlos Eduardo de Freitas
  • Carlos Eduardo Fernandez da Silveira
  • Carlos Pinkusfeld Bastos
  • Carmem Feijo
  • Carmen Garcia
  • Carmen Lúcia Castro Lima
  • Célia Vieira
  • César Roberto de Leite da Silva
  • Cezar Augusto Miranda Guedes
  • Christian Velloso Kuhn
  • Christiane Senhorinha Soares Campos
  • Cícero Péricles de Carvalho
  • Cid Olival Feitosa
  • Claudemir Galvani
  • Claudia Hamasaki
  • Claudia Beatriz Le Cocq D’Oliveira
  • Claudio Amitrano
  • Cláudio Antônio de Almeida
  • Cláudio da Costa Manso
  • Clovis Roberto Scherer
  • Cristiane Kerches da Silva Leite
  • Cristina Lemos
  • Daniel dos Santos
  • Daniel Negreiros Conceição
  • Daniel Negreiros Conceição
  • Daniela Freddo
  • Daniela Salomão Gorayeb
  • Danilo Severian
  • Danilo Spinola
  • David Deccache
  • Davyson Demmer Guimarães Barbosa
  • Débora Freire Cardoso
  • Denise Guichard Freire
  • Denise Lobato Gentil
  • Diego Farias de Oliveira
  • Dilson Renan de Souza
  • Dimas Alcides Gonçalves
  • Diogo Vieira Mazeron
  • Dione Conceição de Oliveira
  • Douglas Santos Nascimento
  • Édrio Donizetti
  • Edson Domingues
  • Edson Rodrigues
  • Eduardo Baumgratz Viotti
  • Eduardo Costa Pinto
  • Eduardo Fagnani
  • Eduardo Luiz de Mendonça
  • Eduardo Moreira Garcia
  • Eduardo Rodrigues da Silva
  • Eduardo Silva Ramos
  • Eliane Araújo
  • Elias Jabbour
  • Elisangela Luiza Araújo
  • Elmer Nascimento Matos
  • Emanuel Lucas de Barros
  • Emílio Chernavsky
  • Enildo Meira
  • Eron José Maranho
  • Esther Bemerguy
  • Esther Dweck
  • Eurílio Pereira Santos Filho
  • Euriques Fernandes Carneiro
  • Eustáquio José Reis
  • Evilásio Salvador
  • Fabiano Abranches Silva Dalto
  • Fabiano Camargo da Silva
  • Fábio Di Natale Guimarães
  • Fábio Eduardo Iaderozza
  • Fábio Guedes Gomes
  • Fábio Terra
  • Fabrício Missio
  • Fátima de Lourdes Aragão de Carvalho
  • Fernanda Cardoso
  • Fernanda Esperidião
  • Fernanda Feil
  • Fernanda Serralha
  • Fernando Ferrari Filho
  • Fernando Moutinho Ramalho Bittencourt
  • Fernando Pacheco Dias
  • Fernando Pedrão
  • Fernando Sarti
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  • Flávio José Domingos
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  • Francisco Carneiro De Filippo
  • Francisco José Couceiro de Oliveira
  • Francisco Wagner Alves Rodrigues
  • Francyelle do Nascimento Santos
  • Frederico Gonzaga Jayme junior
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  • Gabriel Squeff
  • Gelton Pinto Coelho Filho
  • Gilberto Líbanio
  • Gina G. Paladino
  • Glaucia Campregher
  • Glaudionor Gomes Barbosa
  • Guilherme Carneiro Leão de Albuquerque Lopes
  • Guilherme da Costa Delgado
  • Guilherme Magacho
  • Guilherme Maia Rebouças
  • Guilherme Narciso de Lacerda
  • Guilherme Santos Mello
  • Gustavo Falcão
  • Gustavo Machado Cavarzan
  • Gustavo Souza Noronha
  • Helena Lastres
  • Helena Maria Martins Lastres
  • Hélio Mairata
  • Hugo Carcanholo Iasco Pereira
  • Hugo da Gama Cerqueira
  • Inês Patrício
  • Ingo Luger
  • Ismeralda Barreto
  • Jaderson Goulart Junior
  • Jales Costa
  • Jamile Souzza
  • Janice Câmara
  • Janúzia Souza Mendes
  • Jarpa Aramis Ventura de Andrade
  • Jason Tadeu Borba
  • Jennifer Hermann
  • João Carlos Nery de Brito
  • João Hallak Neto
  • João Ildebrando Bocchi
  • João Machado Borges Neto
  • João Santiago
  • Joaquim Andrade
  • Jorge Abrahão de Castro
  • Jorge Alano S Garagorry
  • Jorge Felix
  • José Antônio Lutterbach Soares
  • José Augusto Costa Lopes
  • José Carlos Peliano
  • José Celso Cardoso Jr.
  • José de Ribamar Sá Silva
  • José Eduardo Roselino
  • Jose Farias Gomes Filho
  • José Gabriel Porcile Meirelles
  • José Geraldo França Diniz
  • José Luis Oreiro
  • José Luiz Fevereiro
  • José Márcio Rego
  • José Mauro Gomes
  • José Moraes Neto
  • José Raimundo Barreto Trindade
  • José Rubens Damas Garlipp
  • José Sérgio Gabrielli de Azevedo
  • José Tavares Bezerra Júnior
  • José Valdecy Guimarães Júnior
  • Juan Pablo Painceira
  • Juarez V. Pont
  • Julia Braga
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  • Juliana de Paula Filleti
  • Juliana Pinto de Moura Cajueiro
  • Júlio Batista
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  • Julio Manuel Pires
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  • Luciano Dias de Carvalho
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  • Luis Gustavo Martins
  • Luís Otávio Reiff
  • Luiz Antônio Elias
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  • Luiz Filgueiras
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  • Manuel Ramon Souza Luz
  • Marcel Guedes Leite
  • Marcelo Álvares de Lima Depieri
  • Marcelo Manzano
  • Marcelo Miterhof
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