Em RT em espanhol.
Os chefes de estado provisórios do Mali, Níger e Burkina Faso assinaram este sábado um documento que estabelece a Aliança dos Estados do Sahel (AES) com o objectivo de criar “uma arquitectura de defesa colectiva e assistência mútua”, anunciou o presidente de Mali através do Twitter o Coronel Assimi Goita.
O documento chama-se Carta Liptako-Gourma (referindo-se à região do noroeste da África que faz parte do Sahel). Por parte do Burkina Faso, o signatário foi o presidente interino, Capitão Ibrahim Traoré e, por parte do Níger, o presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, Brigadeiro-General Abdourahmane Tchiani.
“A nossa prioridade é a luta contra o terrorismo nos três países”, disse o ministro da Defesa do Mali, Abdoulaye Diop, em declarações à imprensa.
A carta estipula que os países membros da aliança se ajudarão mutuamente, mesmo no caso de um ataque contra qualquer uma das três nações.
“Qualquer ataque à soberania e integridade territorial de uma ou mais partes signatárias será considerado uma agressão contra as outras partes e dará origem a um dever de assistência […], incluindo o uso da força armada para restaurar e garantir segurança”, diz uma cláusula.
Além disso, obriga os Estados participantes a prevenir ou reprimir rebeliões armadas, informa o canal de televisão Al Mayadeen.
Enquanto o Níger corre o risco de uma intervenção militar por parte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que suspendeu a adesão do Níger após o golpe de Julho passado, o Mali luta contra uma insurgência ligada ao extremismo islâmico e, durante a última semana, as hostilidades por parte de grupos armados de tribos tuaregues têm retomado força.
Por esta razão, Assimi Goita reuniu-se recentemente à porta fechada com o vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Yevkurov, com o ministro da Defesa do Níger, Salifou Modi, e com o ministro da Defesa do Mali, Sadio Camara.
No final do passado mês de Agosto, a junta militar do Níger autorizou as Forças Armadas dos seus dois países vizinhos a intervir no seu território “em caso de agressão”.