Por Maria Fernanda Garcia.
Um levantamento feito pela antropóloga Adriana Dias, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta que existem pelo menos 334 células neonazistas ativas no Brasil.
De acordo com a antropóloga, a maioria dos grupos se concentra nas regiões Sul e Sudeste. Os dados indicam que São Paulo é o estado com maior presença desses grupos, concentrando 99 deles. Santa Catarina vem em segundo lugar, com 69 células, seguida por Paraná (66) e Rio Grande do Sul (47).
Segundo a pesquisadora, os grupos dividem-se em diversos movimentos, como hitleristas, supremacistas, separatistas, negadores do Holocausto e até mesmo seções locais da Ku Klux Klan.
Em entrevista ao blog de Matheus Pichonelli, Adriana disse que, normalmente, no Brasil, esses grupos não se comunicam entre si. “Nenhum deles tem uma corrente única. Eles leem autores que, pelo mundo, brigam um com o outro”, afirmou a pesquisadora.
Essas células, frequentemente, adotam ideias ultranacionalistas, racistas, xenófobas e discriminatórias. Em maior ou menor grau, elas também defendem o uso da violência. Entre seus alvos preferenciais estão negros, homossexuais, judeus e migrantes nordestinos.
Mesmo nordestinos sendo vítimas de ofensas das células, a pesquisadora identificou também registros de neonazistas em cidades do Nordeste, como Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Feira de Santana (BA).
O holocausto foi o genocídio de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, sendo o maior genocídio do século XX. Foi resultado de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista, que percorreu a Alemanha e territórios ocupados pelos alemães durante a guerra. Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus.
Pela lei brasileira, apologia ao nazismo é crime. Nem é necessário haver atos de violência ou incitação direta à violência para que o delito ocorra.