Brasília 247 – Ao anunciar a nomeação da desembargadora aposentada Luislinda Valois para Ministério dos Direitos Humanos, o Planalto destacou que a biografia dela incluía o “título de embaixadora da paz da ONU em 2012”. No entanto, segundo as próprias Nações Unidas, o posto sequer existe. A homenagem à ministra foi dada por uma ONG fundada pelo líder religioso coreano Sun Myung Moon, o reverendo Moon (1920-2012), que se autoproclamava “messias”. A administração Temer também apresentou Luislinda como a primeira juíza negra do Brasil, embora o Tribunal de Justiça da Bahia a listasse como a terceira do Estado.
As informações são de reportagem de José Marques na Folha de S.Paulo.
“Chamada UPF (sigla em inglês para Federação para a Paz Universal), a entidade é uma das mais de 3.000 organizações não governamentais que prestam consultoria para a Ecosoc (braço econômico e social da ONU).
A ONU reconhece a parceria, mas diz que “nenhuma instituição ou empresa está formal ou legalmente autorizada a representar ou a falar em nome das Nações Unidas, ou de qualquer Departamento do Secretariado da ONU”.
São poucas as personalidades brasileiras que detêm títulos das Nações Unidas. O escritor Paulo Coelho é o único entre os 12 “mensageiros da paz” –grupo que inclui os atores Leonardo DiCaprio e o músico Stevie Wonder.
Há outros 11 brasileiros que são “embaixadores da boa vontade”, como Gilberto Gil, Gisele Bündchen e a jogadora de futebol Marta.
Já o título recebido por Luislinda também homenageou o ex-candidato a prefeito de São Paulo João Bico (PSDC) e a banda baiana de forró Flor Serena, além de líderes religiosos locais.”
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Fonte: Brasil 247.