Por Bleine Oliveira de Gazeta de Alagoas
O coordenador do movimento intitulado Via do Trabalho, Marcos Antonio da Silva, o “Marrom”, revela que já chega a 1.500 o número de pessoas cadastradas na ocupação de uma área de 50 hectares localizada próxima ao Jardim Petrópolis, residencial de luxo na parte alta de Maceió. A área pertence à construtora Lima Araújo, mas desde a última segunda-feira, 27, centenas de pessoas montam barracos e tendas como marco do que chamam lotes.
“É uma ocupação de sem teto”, afirmou Marrom, assumindo que a invasão foi planejada pelos movimentos Via do Trabalho (MVT) e Luta Pela Terra (MLT). Segundo ele, desde às 5h da manhã de segunda-feira que chegam pessoas dispostas “a conseguir a casa própria”. Ele alega que são trabalhadores que pagam aluguel e que precisam de moradia…
…O militante popular afirma que a lista com os nomes dos invasores será entregue ao governo do Estado, à Prefeitura de Maceió e ao Ministério Público Estadual, como uma ação social em busca de habitação. “Soubemos que está previsto aqui habitações do Programa Minha Casa Minha Vida. Então as pessoas resolveram se antecipar e garantir sua casa, fazendo a reforma urbana”, disse Marrom. Ele alega ainda que “a área está abandonada há mais de 30 anos”.
“Não estamos diante de um caso de polícia, mas de uma realidade social. Não queremos confronto, mas todos aqui estão prontos pra defender seu lote”, disse Marrom.
Ao ser indagado sobre a invasão, o diretor da Construtora Lima Araújo, engenheiro Pedro Vieira, disse que a empresa impetra hoje uma ação de reintegração de posse, esperando que a Justiça garanta sua propriedade. “Temos conhecimento da ocupação e já estamos adotando as providências legais”, afirmou Vieira.
Ele contestou as afirmações de Marrom, e disse que a construtora não pode ser penalizada em decorrência da ação de falsários e enganadores, que iludem a população com promessas mentirosas. Na área, revela Pedro Vieira, a empresa vai construir um condomínio de alto padrão.
Ao refutar o argumento do líder dos invasores, o engenheiro disse que é natural para qualquer empreendedor manter propriedades até que o próprio desenvolvimento urbano do entorno desses imóveis seja definido. “Não se investe à toa” – reagiu o diretor da construtora Lima Araújo, dizendo-se confiante que a área no jardim Petrópolis será desocupada por ordem judicial.