Por Maiara Rauber.
Os assentados do Rio Grande do Sul produzem arroz orgânico há mais de vinte anos. Depois de muita luta e trabalho, tornaram-se os maiores produtores do alimento sem veneno da América Latina.
Na safra de 2020/2021, os camponeses estimam colher mais de 12,4 mil toneladas, cerca de 248 mil sacas de 50 kg do produto em aproximadamente 2.740 mil hectares. Em todo o estado a produção do alimento se dá por 389 famílias, em 12 assentamentos, três unidades de pequenos agricultores familiares, em 11 municípios gaúchos da região Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste.
A família gaúcha Sem Terra Krupinski, do assentamento Jânio Guedes da Silveira, em São Jerônimo, foi a primeira a colher o arroz orgânico nesta safra, no início de fevereiro deste ano. Ela e outras nove famílias produtoras já finalizaram a colheita em 90 hectares. No total, os camponeses colheram 9.300 mil sacas do produto.
Nesse mesmo assentamento, os assentados contém uma unidade de observação e pesquisa, que visa o aumento da produtividade através de manejo ecológico e recuperação do solo com adubação verde. A experiência se realizará por 3 anos. De acordo com Nelson Krupinski, assentado e produtor, nesta safra o experimento já produziu muitas observações fundamentais para o manejo orgânico do arroz.
18º Festa da Colheita do Agroecológico
No final de março, os Sem Terra farão a tradicional Festa da Colheita do Arroz Agroecológico. No entanto, o evento irá ocorrer de forma online devido a pandemia do coronavírus. Em 2021 a festa completa sua 18º edição e terá um caráter ampliado pelas redes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
*Editado por Fernanda Alcântara.