Por Mônica Ribeiro.
A 25ª edição da Feira Internacional do Cooperativismo, a Feicoop, já tem data definida: de 12 a 15 de julho em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Durante o mesmo período, será realizado também o 3º Fórum Mundial Temático da Ecosol e a 3ª Feira Mundial da Ecosol.
Realizada pelo Projeto Esperança/Cooperança da Arquidiocese de Santa Maria e pela Prefeitura, a Feicoop é a maior feira de economia solidária da América Latina, um evento e tanto para quem quer conhecer como a economia solidária (ecosol) e o cooperativismo social se articulam pelo mundo. Anual, sua última edição, em julho de 2017, recebeu 255 mil visitantes, de acordo com dados divulgados pela organização. No ano anterior, foram 248 mil.
No ano passado, participaram representantes de todos os estados brasileiros, mais de 500 municípios, e de 20 países, entre os quais Itália, África do Sul, Hungria, Espanha, Peru, Senegal, Uruguai, Portugal, México, China, Alemanha, Cuba Colômbia, Nicarágua, Paraguai e Senegal.
A feira expôs cerca de dez mil produtos, entre agroindústria familiar, artesanato, alimentação, hortifrutigranjeiros, plantas ornamentais, serviços e produtos de povos indígenas.
Em duas décadas e meia, a Feicoop consolidou também um formato identificado com a valorização da natureza, da vida saudável, da cooperação e do coletivo. Além da comercialização de produtos da economia solidária, são promovidos seminários e muita troca, para que os participantes levem do encontro informações que ajudem na melhoria da administração de seus empreendimentos. O fortalecimento dos processos organizacionais, participativos, solidários e transformadores é privilegiado nas atividades propostas pelo evento.
Em 2017, durante a realização da Feicoop, o Projeto de Lei da Economia Solidária estava em processo de tramitação na Câmara Federal. Sua aprovação está entre os pontos levantados pela Carta da 24ª FEICOOP, que sistematizou os acontecimentos durante o evento e propôs encaminhamentos de mobilização.
Aprovada a redação final do Projeto de Lei 4685/2012 na Câmara, ele foi remetido ao Senado, onde ainda hoje está aberta uma consulta pública. Já falei aqui, no blog, no Conexão Planeta, sobre este PL, mas não custa lembrar.
Estamos em 2018 e vejam só quanto tempo tem levado a tramitação de um projeto que daria mais segurança e valorização a todas as pessoas que trabalham com a economia solidária! A proposta do PL, amplamente debatida e construída com a participação de todos os atores da ecosol, iniciou sua trajetória, há seis anos, com uma tramitação morosa, acompanhada de perto por todos os movimentos.
Se você ainda não compreende bem o que é economia solidária – o que é bem possível, porque ela é ampla e diversa –, sugiro uma imersão na Feicoop, para perceber que não é um movimento de um estado ou de um país, mas do mundo.
Em seu livro Introdução à Economia Solidária, Paul Singer aponta que a ecosol nasceu pouco depois do capitalismo industrial, como reação ao empobrecimento dos artesãos provocado pela difusão das máquinas e da organização fabril da produção. Desde então, vem sendo reconhecida e se firmando mundo afora como uma economia que contrapõe ao individualismo o cooperativismo, à competição a colaboração. Sempre buscando a valorização e a inclusão do trabalhador e da trabalhadora, o comércio justo e a autogestão dos empreendimentos econômicos solidários. Parece, cada vez mais, uma opção adequada e sensata frente ao que vivemos.
Se ainda não participou da consulta pública sobre o PL 4685/2012 e acredita na economia solidária, vá lá no site da consulta pública e deixe seu sim sobre a relevância desse projeto.
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