Maior colapso hospitalar da história do Brasil. Por Altamiro Borges.

Por Altamiro Borges.

Enquanto Jair Bolsonaro parece zombar de milhares de mortos e “passa os dias a contar piadas no Palácio”, segundo notinha venenosa da revista Veja, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) concluiu que o Brasil vive “o maior colapso sanitário e hospitalar da sua história”.

De acordo com o levantamento, divulgado na terça-feira (16), 24 estados e o Distrito Federal já estavam com taxas de ocupação de leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes de covid-19 igual ou superior a 80%. Destes, 15 tinham taxas iguais ou superiores a 90%.

O estudo mostra que a situação é semelhante nas capitais: 25 das 27 estão com ocupação de UTIs públicas igual ou superior a 80%; em 19 delas, a taxa está acima de 90%. As porcentagens mais altas são as de Porto Alegre (RS), com 103%; Porto Velho (RO), 100%; Rio Branco (AC), 100%; Cuiabá (MT), 100%; e Palmas (TO), Teresina (PI), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), todas com 98%.
Para os pesquisadores da Fiocruz, os números confirmam o colapso do sistema de saúde – que o governo do genocida insiste em negar – e devem piorar ainda mais nos próximos dias. A situação mais preocupante é a do Rio Grande do Sul, que já registra 100% de ocupação dos leitos de UTI.

Fiocruz sugere medidas duras de contenção

Diante da gravidade do quadro, a Fiocruz apresentou várias sugestões concretas e imediatas para conter o avanço do número de casos e mortes e para diminuir as taxas de ocupação dos leitos hospitalares As medidas são duras, não brincam com a morte – como faz o genocida Jair Bolsonaro. Vale citar algumas delas:

– Suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;

– Proibição de eventos presenciais, como shows, congressos, cultos religiosos e eventos esportivos em todo território nacional;

– Toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h e durante os finais de semana;

– – Fechamento de praias e bares;

– Instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerando o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;

– Adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;

– Ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

O exemplo da cidade de Araraquara

Conforme realça o site UOL, “para comprovar a eficácia das medidas restritivas, a Fiocruz cita como exemplo a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, que vivia um colapso no sistema de saúde. Entre 1º e 6 de fevereiro, a taxa de ocupação de leitos no município saltou de 56% (“baixa”) para 84% (“crítica”), chegando a 100% em 15 de fevereiro”.

Diante do colapso, a prefeitura adotou de forma corajosa uma série de restrições para atividades não essenciais e para circulação de pessoas. O lockdown foi decretado em 21 de fevereiro. Nem o transporte público funcionou e os supermercados atenderam apenas por delivery durante seis dias, retornando em 27 de fevereiro.

“Com as restrições, a cidade conseguiu reduzir a transmissão do coronavírus e, consequentemente, o número de infectados: entre 21 de fevereiro e 10 de março, a média móvel diária de novos casos de Covid-19 foi de 189,57 para 108 – uma queda de 43,02%”, relata o site.

“O município de Araraquara é um dos exemplos atuais de como medidas de restrição de atividades não essenciais podem não só evitar o colapso ou mesmo prolongamento desta situação nos serviços e sistemas de saúde, resultando na redução da transmissão, casos e óbitos, protegendo a vida e saúde da população”, enfatizam os pesquisadores da Fiocruz.

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