Maio: cesta básica aumenta em 14 capitais

Foto: Pixabay

Entre abril e maio de 2021, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em  14 cidades e diminuiu em outras duas, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica  de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de  Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais. As maiores altas foram registradas  em Natal (4,91%), Curitiba (4,33%), Salvador (2,75%), Belém e Recife (ambas com 1,97%).  As capitais onde o valor da cesta apresentou queda foram Campo Grande (-1,92%) e Aracaju  (-0,26%).  

A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 636,96), seguida pelas de São Paulo  (R$ 636,40), Florianópolis (R$ 636,37) e Rio de Janeiro (R$ 622,76). Entre as cidades do  Norte e Nordeste, as que registraram menor custo foram Aracaju (R$ 468,43) e Salvador (R$  470,14).  

Comparando o custo entre maio de 2020 e maio de 2021, o preço do conjunto de  alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. As maiores  altas foram observadas em Brasília (33,36%), Campo Grande (26,28%), Porto Alegre  (22,82%) e Florianópolis (21,43%).  

Nos cinco meses de 2021, as capitais com os principais aumentos foram: Curitiba  (12,68%), Natal (9,35%), Porto Alegre (3,46%), João Pessoa (3,46%) e Florianópolis  (3,38%). A maior queda no mesmo período foi de -1,87%, em Salvador. 

Com base na cesta mais cara que, em maio, foi a de Porto Alegre, o DIEESE estima  que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.351,11, valor que corresponde  a 4,86 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em abril, o  valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o piso em vigor. 

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em maio, ficou em 111  horas e 37 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em abril, quando foi de 110  horas e 38 minutos.  

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o  desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado  pelo piso nacional comprometeu, em maio, na média, 54,84% (média entre as 17 capitais) do  salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em abril,  o percentual foi de 54,36%.  

Principais variações dos produtos

O açúcar apresentou elevação de preço em 16 capitais e as taxas oscilaram entre  0,95%, em Natal, e 7,43%, em Curitiba. Houve maior demanda pelo produto e menor  oferta, uma vez que a moagem começou tardiamente e a produtividade nos canaviais  foi reduzida. Com isso, os preços subiram no varejo. 

O preço médio do óleo de soja aumentou em 15 capitais. As maiores elevações  ocorreram em Curitiba (12,75%), Porto Alegre (4,95%), Campo Grande (3,33%) e  Florianópolis (3,00%). Em Aracaju, o preço diminuiu (-2,56%). Mesmo com a  oscilação do valor da soja no mercado internacional e a redução da demanda de óleo  para a produção de biocombustível, os produtores do setor alimentício tiveram dificuldades em conseguir matéria-prima, o que se refletiu no preço. 

O valor médio do quilo da carne bovina de primeira aumentou em 16 cidades em  relação a abril. As maiores variações foram registradas em Salvador (6,09%), Curitiba  (5,70%), Florianópolis (4,76%) e Vitória (4,57%). A forte demanda externa, os altos  custos de produção e a baixa oferta de animal para o abate ajudam a explicar a alta  em maio. 

O valor do café em pó teve elevação em 15 cidades. As maiores variações foram  registradas em João Pessoa (5,07%), Fortaleza (4,52%), Brasília (3,90%) e Curitiba  (3,78%). A retração foi verificada em Aracaju (-0,86%). A queda na oferta e o clima  desfavorável para a lavoura elevaram o preço do grão. 

O valor do pão francês subiu em 13 capitais. As altas variaram entre 0,36%, em São  Paulo, e 1,67%, em Recife. As quedas foram registradas em Campo Grande (-1,99%),  Florianópolis (-1,31%) e João Pessoa (-0,09%). Entre as razões para os aumentos estão o crescimento do consumo de pão nas residências durante a pandemia, apontado  por alguns estudos, e a alta nos valores médios da farinha para panificação, que  começou a acompanhar as valorizações do trigo. 

Entre abril e maio, o litro do leite integral aumentou em 12 capitais e o quilo da  manteiga, em 10 cidades. As maiores altas do leite foram observadas em: Curitiba  (5,45%), Goiânia (3,42%), Brasília (3,09%), Vitória (2,69%) e Porto Alegre (2,46%).  Para a manteiga, as principais elevações ocorreram em Campo Grande (4,11%) e  Curitiba (4,08%). A alta nos valores dos dois produtos ocorreu por causa da  entressafra do leite, do clima seco e dos maiores custos de produção, envolvendo  principalmente os insumos. 

Em maio, o preço médio da banana recuou em 14 cidades. A pesquisa faz uma média ponderada dos tipos prata e nanica. As retrações oscilaram entre -17,68%, em  Brasília, e -1,83%, em Recife. As altas foram observadas em Curitiba (2,55%) e  Belém (0,87%). A oferta da banana nanica foi maior, o que também pressionou a  queda de preço da banana prata. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.