Máfia da Merenda em SP: quadrilha trocava proteína por pipoca, diz Polícia Federal

Prefeitura do interior do Estado chegou a pagar R$ 12 pela unidade do ovo. Ao menos 13 prefeitos são suspeitos de participar diretamente do esquema.

A CPI foi criada para apurar fraude em contratos para fornecimento de merenda escolar. Arquivo/Agência Brasil
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Quadrilha que atuou no desvio de dinheiro da merenda escolar em 30 cidades do Estado de São Paulo fazia substituições de alimentos do cardápio das escolas para viabilizar o superfaturamento dos contratos. Carne foi substituída por ovo e proteína de soja por pão de queijo e pipoca, por exemplo. Substituições constam em investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que mirou um contrato de 2017 entre a prefeitura de Águas de Lindóia e a empresa Le Garçon.

“Tal análise evidencia superfaturamento, uma vez que os cardápios foram alterados com substituição de itens de menor custo e com redução de fornecimento de itens de maior custo, mantendo-se o mesmo valor contratual”, diz o relatório da PF.

A investigação da CGU também mostra que a prefeitura de Tietê, em 2014 e 2015, chegou a pagar R$ 12 pela unidade do ovo. Ao menos 13 prefeitos são suspeitos de participar diretamente do esquema. Alguns já foram presos, e quatro foram cassados após a abertura dos inquéritos.

Investigação faz parte da operação Prato Feito, iniciada pela PF em 2018, e chegou a indiciar 154 pessoas suspeitas de participar do esquema. Ao todo, segundo a investigação, cerca de R$ 1,6 bilhão foi desviado dos cofres públicos.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.