Por Luciana Taddeo. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que vai propor uma aliança entre o recém-criado Banco dos Brics e a instituição financeira que representa a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), o Banco do Sul, ferramenta para financiamento de projetos de integração cuja criação foi combinada entre países sul-americanos.
A declaração foi feita na última terça-feira (15/07), horas antes de Maduro embarcar a caminho do Brasil, onde participará de uma reunião entre a Unasul e os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além dos líderes dos dois blocos, também participarão da reunião de hoje (a6/07) em Brasília os chefes de Estado de Cuba, Costa Rica e México, constituindo um inédito primeiro contato formal entre a América Latina e as grandes economias emergentes.
“Modestamente, nós vamos propor que se faça uma aliança (…) cada um cumprindo o novo papel na nova arquitetura financeira”, disse o chefe de Estado em seu programa semanal de rádio Em Contato com Maduro, quando questionado por Opera Mundi sobre sua participação na cúpula. O presidente venezuelano disse ainda nutrir “todas” as expectativas em relação ao bloco dos emergentes e elogiou a criação do banco de desenvolvimento do bloco para uma nova ordem econômica internacional, classificando como “históricos” os anúncios feitos.
O presidente venezuelano disse que sua agenda no Brasil será frenética, já que tem previstas várias reuniões bilaterais, como com o presidente russo Vladimir Putin, com o sul-africano Jacob Zuma e com o recém-reeleito Juan Manuel Santos, para discutir mecanismos de combate ao contrabando de produtos venezuelanos à Colômbia. Outra das atividades previstas é a primeira reunião do Fórum China-Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos).
Sobre política interna, Maduro disse que seu governo está revisando a estratégia financeira do país para garantir investimentos e combater os efeitos do que considera ser uma “inflação induzida”. De acordo com ele, a “ofensiva econômica” será permanente, com ministros relacionados à área econômica se dedicando exclusivamente nas quartas, quintas e sextas-feiras a inspeções e correção de problemas na produção, abastecimento e “preços justos”.
Maduro também anunciou que fará uma “revolução fiscal”, uma “revisão completa do sistema de governo” e iniciará uma auditoria do uso de cada dólar vendido pelo Estado – que controla o comércio cambial há mais de uma década – no primeiro semestre de 2014. Segundo o presidente venezuelano, mais de três mil empresas não poderão aceder ao sistema de administração de divisas por estarem sendo investigadas por suposto “mau uso” de dólares designados pelo Estado.
Assista às declarações de Maduro AQUI.
Foto: Reprodução/Opera Mundi.
Fonte: Opera Mundi