Nesta madrugada, de 20 de agosto de 2023, homens armados se dirigiram até a retomada Xokleng Konglui, em São Francisco de Paula/RS e fizeram disparos de armas de fogo contra a comunidade.
O fato, de acordo com o relato das lideranças da comunidade, ocorreu por volta das 2 horas da manhã. A comunidade pede, junto ao MPF, providências e requer que a Polícia Federal faça patrulhamento na região.
Os Xokleng da Retomada Konglui vivem nas margens da RS 484, em frente à Floresta Nacional de São Francisco de Paula, onde as familas estão acampadas, aguardando que a Funai, cumpra com sua responsabilidade, e proceda aos estudos circunstanciados de identificação e delimitação de seu território originário, que fica dentro da Flona, de onde, por força de uma liminar da Justiça Federal de Caxias do Sul foram removidos.
Essa vulnerabilização de famílias indígenas é inaceitável. A comunidade Xokleng, ao longo dos últimos anos, passou por muito sofrimento na beira da estrada. Chuvas, vendavais, ciclones, frios intensos, falta de saneamento e de água potável, de comida e um precário atendimento em saúde.
Nada pode ser mais cruel do que submeter idosos, crianças e adultos a viverem em condições degradantes. Juízes,desembargadores, integrantes do governo federal, MPF, AGU, todos, sem exceção, conhecem aquela realidade, mas nada, efetivamente, fazem para assegurar os direitos humanos dos indígenas, que, a rigor, enfrentam, no cotidiano, a violenta desumanização.
Mas nada é por acaso. As florestas estão sendo privatizadas para a iniciativa privada.Tudo vira ” bio economia”, enquanto as bios existências dos indígenas acabam, dramaticamente aniquiladas.
Que esse fato não se repita, que medidas urgentes sejam adotadas no sentido de garantir segurança aos indígenas Xokleng e que se inicie, imedianamente, os estudos de demarcação daquele território ancestral, originário e pelo qual aquelas pessoas, nas margens de tudo, no completo abandono, resitem e dão suas vidas.
Basta de crimes contra os originários filhos destas terras! demarcação já, não ao marco temporal!
Porto Alegre, 20 de agosto de 2023.
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Estes tiros são um desafio/recado ao governo momentâneo. Vcs ganharam as eleições, mas quem manda somos “nós”. Está na mesma sopa das execuções das pms nas favelas do Guarujá, Bahia, RJ…