Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.
(Port./Esp.)
A Argentina, com 14 presas e presos políticos e 2 desaparecidos por conta do Estado, votou no domingo passado nos pré-candidatos para as próximas eleições legislativas que serão realizadas em outubro.
A 48 horas de finalizadas, no principal distrito eleitoral, a província de Buenos Aires, não sabemos quem são os vencedores.
Os dados dos telegramas eleitorais foram carregados de tal jeito que primeiro foram registradas as mesas de votação favoráveis ao governo. E depois, quando começaram a chegar os dados das mesas em que Cristina Fernández de Kirchner ganhava por ampla maioria, suspenderam, sem motivo algum, a apuração dos votos restantes. Macri e seus capangas festejaram na noite de domingo diante das câmeras de televisão uma suposta vitória, e as capas dos jornais que recebem suculenta publicidade oficial do Estado, impuseram nas manchetes um ganhador que o povo não tinha escolhido.
Para entender como é possível que o governo nacional roube a eleição dos seus cidadãos é necessário explicar o conjunto de manobras realizadas por Macri e seus ministros nas instâncias prévias.
O organismo que sempre fiscalizou as eleições, a distribuição e coleta de urnas, o envio dos telegramas eleitorais, etc., é o Correio Argentino, empresa estatal. Quando Mauricio Macri assumiu a presidência, ele nomeou Jorge Irigoin, um antigo empregado seu, como presidente dos correios.
Faz alguns meses, por contratação direta, sem licitação nem acordo da Justiça Eleitoral, Macri estabeleceu que a carga de dados dos telegramas eleitorais fosse efetuada pela empresa INDRA, dirigida por outro ex-funcionário do grupo SOCMA (Sociedades Macri): Ricardo Viaggio.
INDRA foi processada pela Justiça da Espanha, República Dominicana e Angola por ter feito contagem de votos que favorecia o governo, enquanto que, no Brasil, foi acusada de pagar subornos para obter contratos com o Estado.
A Câmara Nacional Eleitoral manifestou sua discrepância publicamente e lançou um comunicado onde se esclarece que ela não tem nada a ver com a contratação desta empresa, e que o Poder Executivo não aceitou instaurar um sistema de rastreamento em tempo real das urnas, os registros dos eleitores e materiais para os locais de votação. Também não escaneou as atas de cada mesa no local de votação, o que implicaria maior rapidez e homogeneidade na divulgação dos resultados, além de uma melhor fiscalização e controle para os partidos, não se fazendo responsável.
O distrito mais importante por quantidade de cidadãos que votam é a província de Buenos Aires. Lá vota 37% dos eleitores. Mauricio Macri deu um jeito de nomear um amigo seu ilegalmente, Juan Manuel Culotta, no comando da Justiça Eleitoral. Embora esta nomeação foi questionada judicialmente, nas instâncias superiores Macri achou juízes amigos que o garantiram.
O dia prévio às eleições, o canal 13 que pertence ao Grupo Clarín, o meio de comunicação mais importante da Argentina, rompeu a proibição eleitoral de fazer campanha e indicou duas das suas principais figuras no horário nobre, para falar bem do governo de Macri e mal de Cristina Fernández de Kirchner e sua força política.
No mesmo dia das eleições, os candidatos de Macri, junto à governadora da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, fizeram uma coletiva de imprensa, voltando a descumprir a legislação eleitoral. O mesmo Mauricio Macri fez declarações proselitistas nessa manhã.
Enquanto isso, o juiz de Macri, Juan Manuel Culotta, mandava as urnas aos locais de votação, mas, em 35 distritos eleitorais, os mais afins a Cristina Kirchner, faltavam os boletos dela, motivo pelo qual foi retrasado o início da votação. Ainda bem que os fiscais partidários tinham quantidade suficiente e deu para iniciar a eleição.
Agora, suspendida a contagem de votos, fica não mãos do juiz amigo de Macri a apuração definitiva, que demora 15 dias para ser feita.
Assim, com ajuda de políticos que se supunha eram opositores, de uma parte do Poder Judiciário e da grande mídia, Macri consolida sua dictocracia.
Tradução: Amlapav, para Desacato.info.
Macri se roba la democracia del pueblo argentino
Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.
Argentina, con 14 presos políticos y 2 desaparecidos a manos del Estado, votó el domingo pasado a los precandidatos para las próximas elecciones legislativas que serán en octubre.
A 48 horas de finalizadas, en el principal distrito electoral, la provincia de Buenos Aires, no sabemos quiénes son los que resultaron ganadores.
La carga de datos de los telegramas electorales se hizo de modo tal que primero se registraran las mesas que le eran favorables al gobierno. Y luego, cuando empezaron a llegar los datos de las mesas en que Cristina Fernández de Kirchner ganaba por amplia mayoría, suspendieron, sin razón alguna, la carga de datos. Macri y sus secuaces festejaron en la noche del domingo ante las cámaras de televisión un supuesto triunfo, y las primeras planas de los diarios, que reciben la suculenta pauta oficial del Estado, impusieron en sus títulos a un ganador que el pueblo no había elegido como tal.
Para entender cómo es posible que el gobierno nacional se robe la elección de los ciudadanos, hay que explicar el conjunto de maniobras realizadas por Macri y sus ministros en instancias previas.
El organismo que siempre fiscalizó las elecciones, la distribución y recolección de urnas, el envío de los telegramas electorales, etc, es el Correo Argentino, estatal. Al asumir la presidencia Mauricio Macri puso al frente de ese ente a un viejo empleado suyo: Jorge Irigoin.
Hace unos meses, por contratación directa, sin licitación ni acuerdo de la Justicia Electoral, Macri puso a fiscalizar la carga de datos de los telegramas electorales a la empresa INDRA, que está dirigida por otro exempleado del grupo SOCMA (Sociedades Macri): Ricardo Viaggio.
INDRA ha sido llevada a la justicia de España, República Dominicana y Angola por haber hecho recuentos de votos que favorecían al gobierno, mientras que en Brasil se la acusa de haber pagado coimas para obtener contratos con el Estado.
La Cámara Nacional Electoral manifestó su discrepancia públicamente y lanzó un comunicado donde aclaran que ellos no tienen nada que ver con la contratación de esta empresa, y que el Poder Ejecutivo no aceptó implementar un sistema de trazabilidad en tiempo real de las urnas, padrones y materiales para las mesas de votación, ni tampoco el escaneo de las actas de cada mesa en el establecimiento de votación, lo que implicaría mayor rapidez y homogeneidad en la difusión de resultados, además de una mejor fiscalización y control para los distintos partidos, deslindando su responsabilidad.
El distrito más importante por cantidad de ciudadanos que votan es la provincia de Buenos Aires. Allí, vota el 37% del padrón electoral. Mauricio Macri se aseguró de poner de manera ilegal a un amigo suyo, Juan Manuel Culotta, al mando de la Justicia Electoral. Aunque este nombramiento fue cuestionado judicialmente, en las instancias superiores Macri encontró jueces amigos que lo avalaron.
El día previo a las elecciones, el canal 13 que pertenece al Grupo Clarín, el medio de comunicación más importante de Argentina, rompió la veda electoral y puso a sus dos principales figuras en horario central a hablar bien del gobierno de Macri y mal de Cristina Fernández de Kirchner y su fuerza política.
El mismo día de las elecciones, los candidatos de Macri, junto a la gobernadora de la provincia de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, hicieron una conferencia de prensa, volviendo a romper la veda electoral. El mismo Mauricio Macri hizo declaraciones proselitistas esa mañana.
Mientras tanto, el juez de Macri, Juan Manuel Culotta, mandaba las urnas a los lugares de votación, pero, en 35 distritos electorales, los más afines a Cristina Kirchner, faltaban las boletas de ella, por lo que se retrasó el inicio del comicio. Por suerte, los fiscales partidarios tenían suficiente cantidad y pudieron realizarse las elecciones.
Ahora, suspendido el recuento de votos, queda en manos del juez amigo de Macri el escrutinio definitivo y se toma 15 días de plazo para realizarlo.