O governo de Maurício Macri está decidido a desvalorizar a moeda enquanto esvazia o Banco Central da República Argentina (BCRA).
Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.
Os que já temos uma certa idade passamos muitas vezes por esta jogada: o governo sobe o dólar modificando alguma variável econômica e depois vai ao mercado para liquidar as reservas do Banco Central com a desculpa de “frear” o alça da moeda. Depois ele tem que tomar mais dívida para repor as reservas e salvar os bancos.
O esquema sempre dá certo graças a que os jornalistas dos grandes grupos midiáticos e também os políticos opositores, legitimam a jogada falando da suposta ineficiência do governo para conter a desvalorização que, geralmente, é brutal.
O que não falam os jornalistas, nem os opositores, nem os economistas que opinam dia e noite na rádio e na televisão, é que o no dia 9 de abril, Macri assinou um decreto pelo qual todos os inversores estrangeiros em títulos; fundos comuns de investimento; moedas digitais (como, por exemplo, os bitcoins); bônus e outros valores pagarão uma alíquota dentre 5 e 35%. Esse decreto, em um mercado armado para a especulação financeira, foi o sinal para a corrida de abutres estrangeiros que hoje vendem seus papéis e se passam ao dólar para resguardar seu dinheiro.
É outro mega-estelionato, armado pelos mesmos que tinha feito o estelionato em 2001.
O Governo de Maurício Macri imprimiu mais títulos do tesouro que moeda circulante, o que implica que se toda essa massa de títulos pretende passar-se a dólares se esvaziarão as reservas do Banco Central.
Macri tomou dívida para fazer exatamente o que está fazendo: multiplicar a ganância dos especuladores que hoje levam seus dólares ao exterior.
A dívida externa fica para que o povo pague. As notas vão embora com eles aos paraísos fiscais estrangeiros para não pagar impostos. Nem uma obra se realizou nem será realizada com esse dinheiro.
A subida do dólar na Argentina implica uma alça desmesurada de taxas de serviços públicos e combustíveis porque Macri teve a desfaçatez de “dolarizá-las”; mas, também em alugueis porque aqui as propriedades se vendem em dólares.
E, obviamente, se aumentam os combustíveis, aumenta o frete de mercadorias. E cada alimento processados, aumentará seu custo, já que aumentam as taxas, o frete, o aluguel e a matéria prima que sendo um bem exportável, também está dolarizada.
Quando essa corrida acabe, o salário do trabalhador se reduzirá de tal maneira que já não alcançará para sustentar-se. Aí aparecem as “financeiras” que não são outra coisa que usurários que lavam dinheiro de delitos cobrando uma altíssima taxa de juros às pobres vítimas que caiam em suas garras.
Esta semana, em relação com as taxas de serviços, que hoje são impagáveis, os meios monopólicos de comunicação fizeram várias matérias mostrando aposentados que se endividavam para pagar a luz. Dessa forma, criam a falsa idéia de que há que se endividar para pagar taxas que o governo impõe.
Macri está empobrecendo os argentinos enquanto enriquece os banqueiros, e o faz sabendo muito bem as conseqüências que terá para a classe trabalhadora.
As centrais operárias seguem divididas e as mais poderosas são cúmplices do governo. A pouca oposição não tem força política. E outros, se auto-proclamam opositores, mas, propõem o mesmo sistema: desfinanciar o Estado tirando impostos às taxas, enquanto as taxas seguem aumentando.
Procuram esvaziar o Banco Central, endividar o país, empobrecer os trabalhadores, destruir a média e pequena empresa e desfinanciar o sistema previdenciário para que, depois, seja mais fácil aceitar a entrega de bens nacionais ao capital estrangeiro.
Macri não faz isso sozinho.
————————————————————
Macri, el Rey de los Buitres
Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.
El gobierno de Mauricio Macri está decidido a devaluar la moneda al tiempo que vacía el Banco Central de la República Argentina (BCRA).
Esta jugada económica, aquellos que tenemos algunos años, la hemos visto muchas veces: hacen subir el dólar modificando alguna variable económica; y el gobierno sale a liquidar las reservas del BCRA para “frenar “el alza. Después, hay que “tomar más deuda” para reponer las reservas y salvar a los bancos.
La jugarreta siempre les sale bien, gracias a que los periodistas de los grandes grupos mediáticos y también los políticos opositores, legitiman el juego al hablar de la supuesta ineficiencia del gobierno para contener la devaluación, que generalmente, es brutal.
Lo que no dicen los periodistas, ni los opositores, ni los economistas que opinan día y noche en radio y televisión, es que el día 9 de abril, Macri firmó un decreto por el que todos los inversores extranjeros en letras del tesoro;fondos comunes de inversión;monedas digitales (como por ejemplo los bitcoins); bonos y otros valores pagarán una alícuota de entre el 5 y el 35%. Ese decreto, en un mercado armado para la especulación financiera, fue la señal para la estampida de buitres extranjeros que hoy venden sus bonos y se pasan al dólar para resguardar su dinero.
Esta es otra mega estafa, armada por los mismos que habían hecho la del año 2001.
El Gobierno de Mauricio Macri imprimió más letras del tesoro, que moneda circulante, lo que implica que si toda esa masa de bonos, pretende pasarse a dólares, no quedarán reservas en el Banco Central.
Macri tomó deuda para hacer exactamente lo que está haciendo: multiplicar la ganancia de los especuladores que hoy, se llevan esos dólares al exterior.
La deuda externa nos queda al pueblo. Los billetes se los llevan ellos a guaridas fiscales extranjeras, para no tener que pagar impuestos. Ni una obra se realizó ni realizará con ese dinero.
El alza del dólar en Argentina implica un alza desmesurada en tarifas de servicios públicos y combustibles porque Macri tuvo la desfachatez de “dolarizarlas”; pero también en alquileres porque aquí las propiedades se venden en dólares.
Y obviamente, si aumentan los combustibles, aumenta el flete de las mercaderías . Y cada alimento procesado, aumentará su costo, ya que aumentan las tarifas, el flete, el alquiler y la materia prima que al ser un bien exportable, también está dolarizada.
Cuando esta estampida acabe, el salario del trabajador se habrá reducido de tal manera que ya no le alcanzará para sustentarse; y ahí aparecen las “financieras”, que no son más que usureros que lavan dinero de delitos cobrando altísima tasa de interés a las pobres víctimas que caigan en sus garras.
Esta semana, con motivo de las tarifas de servicios que hoy son impagables, los grandes medios de difusión hicieron varias notas mostrando a jubilados que se endeudaban para pagar la luz. De este modo, van creando la falsa idea de que hay que endeudarse para pagar las tarifas que el gobierno impone.
Macri está empobreciendo a los argentinos, mientras enriquece a los banqueros y lo hace sabiendo muy bien las consecuencias que tendrá en la clase trabajadora.
Las centrales obreras siguen divididas y las más poderosas son cómplices del gobierno. La poca oposición, no tiene fuerza política. Y otros, se dicen opositores, pero proponen el mismo sistema: desfinanciar al Estado quitándole impuestos a las tarifas, mientras estas siguen aumentando.
Buscan vaciar el Banco Central, endeudar al país; empobrecer a trabajadores; destruir la pequeña y mediana industria y desfinanciar el sistema jubilatorio; para que luego, sea mejor aceptado entregar bienes nacionales al extranjero.
Y Macri no lo hace solo.
—
Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.