Por Débora Mabaires, de Buenos Aires, para Desacato.info.
Tradução: Elissandro Santana, para Desacato.info. (Port/Esp).
Quando Jerzy Kosinsky escreveu “Desde o jardim”, não imaginava que neste lugar do mundo, um presidente chegaria a se parecer tanto com o protagonista Johnn Gardiner, que tão bem descreveu em suas páginas.
Maurício Macri promete que reduzirá o déficit fiscal graças aos investimentos estrangeiros enquanto fomenta a fuga de capital, a destruição da indústria nacional e a suspensão das obras públicas para melhorar a infraestrutura necessária para esta atividade. Toda a política dele se baseia na suposta confiança, quase religiosa, de que terá os supostos investidores estrangeiros que, até agora, se aproximaram para participar do joguinho financeiro criado para fazer muito dinheiro em manobras financeiras de risco zero.
A concentração dos meios de comunicação em poucas mãos lhe permite seguir mentindo descaradamente ao povo que se encontra cada vez mais encurralado entre crenças políticas e a realidade, mas quando a fome bater à porta será difícil para o povo fazer-se de distraído.
Todos os dias, centenas de trabalhadores se manifestam em diferentes partes do país devido ao fechamento de suas fontes de trabalho. Isso não é refletido pela imprensa, mas afeta o coração de cada cidade e de cada província.
A oposição está dividida. Em parte, por causa de suas próprias ambições políticas, em parte por causa do dinheiro vindo de organizações estrangeiras que financiam testamentos. O panorama é desolador.
O atual presidente argentino utiliza uma estratégia de comunicação que lhe deu bons resultados: não falar sobre as questões que as pessoas não querem ouvir e prometer supostas melhorias no futuro, incentivando a submissão das pessoas a projetos estrangeiros como forma de alcançá-las.
Por exemplo, em 9 de julho, dia da Declaração de nossa Independência, Maurício Macri participou de um pequeno evento na cidade de San Miguel de Tucumán, longe da cidade, mas com muitas câmeras de televisão. Ele fez um discurso cheio de frases prontas, mais parecido com o de um pastor evangélico do que com o de um chefe de Estado.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, sua ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, assinou um acordo para instalar em nosso território uma base da Administração de Repressão às Drogas, uma força de inteligência policial-militar dos Estados Unidos. Esta força deve lutar contra o contrabando e o tráfico de drogas. Como podemos ser independentes se desistirmos do controle de nossa fronteira com o Brasil e o Paraguai para uma potência estrangeira? Ninguém faz essas perguntas. Nem perguntam por que cedeu território a estrangeiros sobre o Aquífero Guarani, o que coloca nosso país em risco, mas também dois países irmãos.
Na tradicional Praça de Maio, já não se manifesta contra essas políticas. As Mães da Praça de Maio marcham como um bastião de resistência; as mães das vítimas do tráfico de pessoas e os parentes dos 44 tripulantes da ARA San Juan, o submarino desaparecido do qual Maurício Macri se recusa a falar. Famílias unidas pelo mesmo fator comum: os desaparecidos. Hoje, as únicas manifestações na Praça do Povo são as dos ausentes.
Para os empresários amigos de Maurício Macri, com total autoconfiança, são perdoadas de dívidas fiscais, são vendidos imóveis públicos a um preço vil; eles recebem isenções de impostos por vinte anos… As pessoas são solicitadas a sacrificarem-se: são-lhes negadas discussões iguais; foi aprovada uma reforma previdenciária que as obrigam a trabalhar por mais anos e a se aposentarem com menos dinheiro e, desta forma, aumentam os serviços públicos indiscriminadamente e injustificadamente. (Serviços públicos que são concedidos nas mãos dos amigos de Maurício Macri).
O Judiciário continua endossando os ultrajes que permitem manter prisioneiros políticos encarcerados e julgamentos ridículos com evidências que foram classificadas como falsas, por isso, a queda dele para o inferno, quando ocorrer, arrastará com ele uma manada de juiz impublicável que hoje detém o poder.
Também cairão os jornalistas que, sendo ativistas militantes desta pocilga, procurarão se proteger na liberdade de expressão quando a sujeira os cobrir. Essa liberdade de expressão que hoje é cerceada para mais de 3.000 jornalistas argentinos que perderam seus empregos para que ele possa continuar a mentir impunemente.
Macri, o jardineiro que gosta de usar a poda e a foice, terá que procurar uma alternativa. O clima de inverno não parece esfriar o clamor popular aquecido, então em algumas áreas privadas, e também em alguns meios de comunicação, uma saída elegante para Maurício Macri já é discutida, com o objetivo de descomprimir a pressão social. E embora não o explique, esse seria o caminho para continuar o saque do país, sem que suas cabeça e a dos comparsas rolassem. Por enquanto, tudo é terra estéril. Quando o inverno passar, veremos que tipo de jardim floresce.
Mauricio Macri – el jardinero infiel
Cuando Jerzy Kosinsky escribió “Desde el jardín” no imaginó que en este rincón del mundo, un presidente llegaría a ser tan parecido al protagonista Johnn Gardiner que tan bien describió en sus páginas.
Mauricio Macri promete que reducirá el déficit fiscal gracias a las inversiones extranjeras mientras fomenta la fuga de capitales, la destrucción de la industria nacional y la suspensión de obras públicas para mejorar la infraestructura necesaria para esa actividad. Toda su política se basa en la supuesta confianza cuasi religiosa que tendrían los supuestos inversores extranjeros que hasta ahora, se han acercado para participar del jolgorio financiero creado para hacer mucho dinero en maniobras financieras de riesgo cero.
La concentración de los medios de difusión en unas pocas manos le permiten seguir mintiendo descaradamente al pueblo que se encuentra cada vez más acorralado entre sus creencias políticas y la realidad porque, cuando el hambre golpea a tu puerta, es difícil hacerse el distraído.
Todos los días, cientos de trabajadores se manifiestan en distintos puntos del país por el cierre de sus fuentes de trabajo. Esto no es reflejado por la prensa, pero impacta en el corazón de cada ciudad y cada provincia.
La oposición está dividida. En parte, por sus propias ambiciones políticas, en parte por los dineros provenientes de las organizaciones extranjeras que financian voluntades. El panorama es desolador.
Mauricio Macri utiliza una estrategia comunicacional que le ha dado buenos resultados: no hablar de los temas que el pueblo no quiere escuchar, y prometer supuestas mejorías a futuro, incentivando la sumisión del pueblo a los designios extranjeros como modo de alcanzarlas.
Por ejemplo, el 9 de julio, día que se celebra la Declaración de nuestra Independencia, Mauricio Macri participó de un acto pequeño en la ciudad de San Miguel de Tucumán, alejado del pueblo, pero con muchas cámaras de televisión. Dio un discurso plagado de frases hechas, más cercano al de un pastor evangélico que al de un jefe de Estado.
Al mismo tiempo en Estados Unidos, su ministra de Seguridad, Patricia Bullrich, firmaba un acuerdo para instalar en nuestro territorio una base de la Drug Enforcement Administration, DEA, una fuerza de inteligencia policíaco-militar de Estados Unidos. Esta fuerza se supone que lucha contra el contrabando y el tráfico de drogas. ¿Cómo podríamos ser independientes si cedemos el control de nuestra frontera con Brasil y Paraguay a una potencia extranjera? Nadie hace esas preguntas. Tampoco preguntan por qué ceder territorio a extranjeros sobre el Acuífero Guaraní lo que pone en riesgo a nuestro país pero también a dos países hermanos.
En la tradicional Plaza de Mayo ya no se manifiesta contra estas políticas. Marchan las Madres de Plaza de Mayo como bastión de la resistencia, las madres de Víctimas de Trata y los familiares de los 44 tripulantes del ARA San Juan, el submarino desaparecido del que Mauricio Macri se niega a hablar. Familias unidas por un mismo factor común: los desaparecidos. Hoy, las únicas manifestaciones en la Plaza del Pueblo son las de los ausentes.
A los empresarios amigos de Mauricio Macri, con total desparpajo, se les perdonan deudas de impuestos, se les vende edificios públicos a precio vil; se les otorga exenciones impositivas por veinte años… Al pueblo se le pide sacrificio: se le niega discusión paritaria; se aprobó una reforma previsional que lo obliga a trabajar más años y a jubilarse con menos dinero y le aumentan los servicios públicos de manera indiscriminada e injustificada. (Servicios públicos que están concesionados en manos de los amigos de Mauricio Macri.)
El poder judicial sigue avalando las tropelías que permiten mantener presos políticos encarcelados y juicios ridículos con pruebas que fueron catalogadas como falsas, por lo que en su caída hacia el infierno, cuando Macri caiga, arrastrará consigo a esta manada de impresentables jueces que hoy detentan el poder.
También caerán los periodistas que, siendo activos militantes de este chiquero, pretenderán ampararse en la libertad de expresión cuando la mugre los tape. Esa libertad de expresión que hoy está cercenada para más de 3.000 periodistas argentinos que perdieron su trabajo para que ellos puedan seguir mintiendo impunemente.
Macri, el jardinero que goza usando la poda y la guadaña, tendrá que buscar una alternativa. El clima invernal no parece enfriar los caldeados ánimos populares por lo que en algunos ámbitos privados, y también en algunos medios de difusión, ya se discute una salida elegante para Mauricio Macri, con la finalidad de descomprimir la presión social. Y aunque no lo explicitan, esa sería la manera de continuar con el saqueo al país, sin que rueden sus cabezas. Por ahora, todo es tierra yerma. Cuando el invierno pase, veremos qué clase de jardín florece.
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Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.