Por Débora Mabaires, de Buenos Aires, para Desacato.info.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port/Esp).
O fascismo que vem se expandido por toda a América tem diferentes formas dependendo da região. Na Argentina, Mauricio Macri exerce uma dictocracia com todos os ingredientes repressivos que existem e que vão desde a sutil pressão econômica sobre a mídia enquanto deixa de financiá-la, até o ataque direto do direito à comunicação com o desmantelamento da Agência Nacional de Notícias, Telam.
A perseguição política e ideológica é realizada através da mídia, mas também, através do Poder Judiciário.
A Câmara Nacional Eleitoral é a autoridade superior de aplicação da legislação político-eleitoral em todo o território e cumpre um papel essencial em todo o relativo à organização dos processos eleitorais.
Após as últimas eleições legislativas em 2017, e quando se conheceu no mundo todo o roubo de dados pessoais das redes sociais usados nas campanhas eleitorais de Mauricio Macri e seu partido através de Cambridge Analytica, esse órgão considerou que devia fazer algo. “Em relação à informação e divulgação de ideias das agrupações políticas nas disputas eleitorais não dá para não advertir sobre o impacto e os novos desafios que representa o auge das plataformas e entornos digitais, que se constituíram em um inovador circuito de comunicação, porque que o uso das redes sociais –que nos últimos anos se tornaram ferramentas de uso em massa– aceleraram os tempos de circulação e divulgação da informação” manifestaram em uma data combinada em agosto passado.
No seu sítio (https://www.electoral.gob.ar/nuevo/paginas/cne/redes_sociales.php), dedicam um espaço importante de monitoramento das redes sociais e mostram os resultados da investigação, que não realizaram eles, senão que contrataram uma empresa privada, Big Data Machine SA, para que a fizesse.
Em um desses informes, chamado TROLLS, dá uma descrição de trolls e bots; e também explica o seu modo de agir.
O interessante deste informe é que, em relação ao partido de Mauricio Macri, menciona aqueles que efetivamente são trolls, pessoas que têm uma conta com um nome falso, que recebe dinheiro por fazer este tipo de intervenções nas redes sociais.
Mas, no caso de Unidade Cidadã, o partido da ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que participou nas eleições legislativas e obteve sua cadeira de senadora, menciona cidadãos e cidadãs que nada temos a ver com o partido. Simplesmente alguma vez escrevemos alguma coisa favorável à sua candidatura ou contra os candidatos inapresentáveis do partido de Mauricio Macri.
A Câmara Nacional Eleitoral, publica na sua página oficial o informe que dedicou um amplo parágrafo em relação à minha pessoa: “@mabaires-Débora, https://twitter.com/mabaires
Comentário: Trata-se de um troll que tuita diariamente imagens de flores que previamente copia de diferentes sites. Essas imagens se encontram acompanhadas de frases sobre um teórico jardim e saudações diárias. Segundo a nossa análise, o objetivo desta prática seria evitar possíveis denúncias no Twitter ser troll, para o qual busca camuflar seus tuítes de índole proselitista ou de ataques a políticos entre publicações comuns, gerais, similares aos que publicaria um usuário real. Deste jeito procura esconder seu comportamento de troll. Ao mesmo tempo pode fazer uma leitura analítica de tipo política, porque o uso das flores se associa de forma implícita a uma reconhecida frase atribuída a Mao Zedong; “Que floresçam mil flores”, e que fora repetida pelo ex-presidente Néstor Kirchner com o objetivo de incentivar a militância dentro de sua força política Frente para a Vitória. Se detectou que este Troll realizou publicações no Twitter contra a candidata de Cambiemos, Gladys González, e a favor do candidato da Unidade Cidadã, Jorge Taiana.”
Lastimo desiludir a empresa privada que fez esse informe, e mais ainda os juízes, mas as flores que publico não têm nada a ver com Mao Zedong, nem com a militância, nem com a força política da Dra. Kirchner.
O informe é mais extenso ainda, o que de certa forma, considero um elogio pelo tempo dedicado à minha pessoa, mas ao mesmo tempo, é um pouco intimidante, porque essa estigmatização afeta a credibilidade de minhas pesquisas, minhas opiniões, meu futuro de trabalho e, talvez, até minha integridade física.
Que juízes estejam apontando para mim como cabo eleitoral com salário de determinados políticos, é uma falácia destinada a me calar através do amedrontamento e a autocensura. Que se contradigam no mesmo informe não é mais que uma amostra de sua pouca solvência moral.
Graças a uma investigação jornalística independente, os argentinos hoje sabemos que a Aliança Cambiemos não tinha a quantidade de filiados para se apresentar nas eleições; que cometeram vários crimes, entre eles, lavagem de dinheiro e roubo de dados pessoais. Porém, estes juízes não parecem perturbados por ter avalizado uma eleição fraudulenta que levou à Casa Rosada o atual presidente e carrasco da Argentina.
Também não interessou aos juízes o que é um escândalo mundial: o roubo de dados pessoais de contas das redes sociais para fazer uma campanha de manipulação social, tal como confessou Alexander Nix, diretor executivo de Cambridge Analytica, no parlamento britânico, onde, além do mais, disse ter realizado trabalhos na Argentina para Mauricio Macri.
Causa profunda tristeza ver o Poder Judiciário do meu país delegando a faculdade de investigar pagando para que o faça uma empresa privada, avalizando e publicando notícias falsas (fake news) e ver os juízes convertidos em trolls para perseguir cidadãos por sua ideologia.
A catástrofe econômica e social que gerou este presidente é tão grande, que já não lhe alcança com pagar para jornalistas para que falem bem do seu governo. Até eles estão tentando exibir um olhar crítico para que quando Macri caia, não os afunde junto. Quando o navio afunda, os ratos são os primeiros a abandonar o barco.
A única cartada que resta para Mauricio Macri e seus capangas é a da censura, o terror e a repressão.
Macri y la última carta
El fascismo que viene desplegándose en toda América toma distintas formas según la región. En Argentina, Mauricio Macri ejerce una dictocracia con todos los condimentos represivos que existen y que van desde la sutil presión económica sobre los medios de comunicación al desfinanciarlos, hasta el ataque directo del derecho a la comunicación al desmantelar la Agencia Nacional de Noticias, Telam.
La persecución política e ideológica la hace a través de los medios de difusión pero también, a través del poder judicial.
La Cámara Nacional Electoral es la autoridad superior de aplicación de la legislación político-electoral en todo el territorio y cumple un rol esencial en todo lo relativo a la organización de los procesos electorales.
Luego de las últimas elecciones legislativas en 2017, y al conocerse en todo el mundo el robo de datos personales de las redes sociales usados en las campañas electorales de Mauricio Macri y su partido a través de Cambridge Analytica, ese organismo consideró que debía hacer algo. “En relación con la información y difusión de ideas de las agrupaciones políticas en las contiendas electorales no puede dejar de advertirse el impacto y los nuevos desafíos que representa el auge de las plataformas y entornos digitales, que se constituyeron en un novedoso circuito de comunicación, dado que el uso de las redes sociales –que en los últimos años se tornaron herramientas de uso masivo– aceleraron los tiempos de circulación y difusión de la información” manifestaron en una acordada fechada en agosto pasado.
En su página web (https://www.electoral.gob.ar/nuevo/paginas/cne/redes_sociales.php) dedican un espacio importante al monitoreo de redes sociales y muestran los resultados de la investigación, que no realizaron ellos, sino que contrataron a una empresa privada, Big Data Machine SA, para que lo realice.
En uno de esos informes, titulado TROLLS, da una descripción de trolls y bots; así como también explica el modo de actuar de los mismos.
Lo interesante de este informe es que en relación al partido de Mauricio Macri menciona a quienes efectivamente son trolls, gente que tiene una cuenta con un nombre ficticio, que cobra dinero por hacer este tipo de intervenciones en las redes sociales.
Pero en el caso de Unidad Ciudadana, el partido de la expresidenta Cristina Fernández de Kirchner, que participó de las elecciones legislativas y obtuvo su banca de senadora, menciona a ciudadanos que no tenemos nada que ver con el partido, sino que simplemente hemos escrito alguna cosa favorable a su candidatura o en contra de los candidatos impresentables del partido de Mauricio Macri.
La Cámara Nacional Electoral, publica en su página oficial el informe que dedicó un amplio párrafo hacia mi persona : “@mabaires-Débora, https://twitter.com/mabaires
Comentario: Se trata de un Troll que tuitea a diario imágenes de flores que previamente copia de diferentes web. Estas imágenes se encuentran acompañadas de frases sobre un supuesto jardín y saludos diarios. Según nuestro análisis el objetivo de esta práctica sería evitar posibles denuncias ante Twitter por actividad de Trolleo, para lo cual busca camuflar sus tweets de índole proselitista o de ataques a políticos entre publicaciones comunes, generales, similares a los que publicaría un usuario real. De esta manera busca esconder su comportamiento de Troll. Al mismo tiempo se puede hacer una lectura analítica de tipo política, ya que el uso de las flores se asocia de forma implícita a una reconocida frase atribuida a Mao Zedong; “Que florezcan mil flores”, y que fue repetida por el ex presidente Néstor Kirchner con el objetivo de incentivar la militancia dentro de su fuerza política Frente para la Victoria. Se detectó que este Troll realizó publicaciones en Twitter en contra de la candidata de Cambiemos, Gladys González, y a favor del candidato de Unidad Ciudadana,Jorge Taiana.”
Lamento desilusionar a la empresa privada que hizo ese informe, y más aún a los jueces, pero las flores que posteo no tienen nada que ver Mao Zedong, ni con la militancia, ni con la fuerza política de la Dra Kirchner.
El informe es más extenso aún, lo que en cierta forma me halaga por el tiempo que le han dedicado a mi persona, pero a la vez, es un poco intimidante, ya que esa estigmatización afecta la credibilidad de mis investigaciones, mis opiniones, mi futuro laboral y tal vez, hasta mi integridad física.
Que jueces me estén señalando como una operadora a sueldo de determinados políticos es una falacia destinada a silenciarme a través del amedrentamiento y la autocensura. Que se contradigan en el mismo informe, no es más que una muestra de su poca solvencia moral.
Gracias a una investigación periodística independiente, los argentinos hoy sabemos que la Alianza Cambiemos no contaba con la cantidad de afiliados para presentarse a elecciones; que cometieron varios delitos, entre ellos, el lavado de dinero y el robo de datos personales. Sin embargo, estos jueces, no parecen perturbados por haber avalado una elección fraudulenta que llevó a la Casa Rosada al actual presidente y verdugo de la Argentina.
Tampoco le interesó a estos jueces, lo que es un escándalo mundial: el robo de datos personales en cuentas de redes sociales para hacer una campaña de manipulación social, tal como confesara Alexander Nix , director ejecutivo de Cambridge Analytica, ante el parlamento británico, donde además, dijo haber realizado trabajos en Argentina para Mauricio Macri.
Causa profunda tristeza ver al poder judicial de mi país, delegando la facultad de investigar pagándole a una empresa privada para que lo haga; avalando y publicando noticias falsas (fake news) y ver a los jueces convertidos en trolls para perseguir ideológicamente a ciudadanos.
La catástrofe económica y social que ha generado este presidente es tan grande, que ya no le alcanza con pagar a periodistas para que hablen bien de su gobierno. Incluso esos, están tratando de exhibir una mirada crítica para que cuando Macri caiga, no los hunda con él. Cuando el barco se hunde, las ratas huyen.
La única carta que le queda por jugar a Mauricio Macri y sus secuaces, es la de la censura, el terror y la represión.
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Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.
A opinião do autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.