Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.
(Port./Esp.)
Um escândalo de proporções bíblicas sacode a Argentina.
O governo de Mauricio Macri não consegue parar a avalanche de sujeira que o respinga, no maior caso de corrupção da história argentina.
Faz alguns dias, o jornalista Horacio Verbitsky mostrou algumas das provas de uma investigação judicial em que se comprova que altos funcionários do Poder Judiciário, em conivência com o governo, organizaram uma causa penal extorquindo empresários para poder incriminar ex-funcionários do governo de Cristina Kirchner e também outros empresários cujas empresas são estratégicas no desenvolvimento da indústria nacional.
Até agora, só se tinha suspeitas, mas o produtor agropecuário Pedro Etchebest, com cartórios e advogados, documentou durante meses a extorsão que estava sofrendo por parte de um advogado vinculado ao governo nacional: Marcelo D’Alessio, sobrinho do escrivão geral do governo, Carlos D’Alessio.
Este personagem não é um desconhecido para os argentinos, porque era apresentado na mídia como um “expert em narcotráfico” e habitual colunista dos principais meios escritos, de rádio e televisão.
Numa das invasões de domicílio realizadas, foram achadas armas de guerra que só se encontram no exército e as forças de segurança dos Estados Unidos e Israel.
Ademais foram encontrados dez carros de luxo, equipados com balizas policiais; um camião Scania; uma carteirinha da agência norteamericana DEA (Drugs Enforcement Administration); coletes antibalas da agencia estadunidense FBI (Federal Bureau of Investigation) e uma grande quantidade de documentação cuja importância ainda não se conhece.
O modus operandi consistia em se aproximar dos empresários nacionais em nome do procurador federal Carlos Stornelli quem, junto com o juiz federal Claudio Bonadío, tinha armado uma grande causa judicial em que investigavam a suposta corrupção do governo de Cristina Kirchner. Este operativo judicial foi iniciado com uns supostos cadernos escritos pelo ex-militar Oscar Centeno, quem foi subordinado do coronel cúmplice da ditadura Atilio Stornelli, pai do procurador.
Quando os acusados pediram acesso às provas, especificamente aos cadernos para fazer a perícia,o acesso foi negado e, mais adiante, Centeno declarou que tinha queimado os cadernos.
Na verdade, cometeram um erro: publicaram fotos dos cadernos que tinham sido escritos entre 2009 e 2011. Na imagem dava para ver a capa de alguns deles, que só começaram a serem vendidos na metade de 2012, portanto, jamais poderiam ter sido escritos antes de que existissem.
O juiz Bonadío e o procurador Stornelli não se renderam. O escrivão geral do governo e tio do extorsionário legalizou supostos xerox desses cadernos e os dois continuaram em frente.
Esta armação judicial, viciada em nulidades jurídicas, continuou graças à cumplicidade da mídia.
Agora, é possível ver 22 horas de filmagens, gravações, fotografias e capturas de mensagens de whatsapp que evidenciam como o governo, através de alguns de seus altos funcionários, teria estado armando causas penais contra pessoas inocentes, pagando para advogados de supostos “delatores premiados” para conseguir escrever este roteiro de terror.
Alguns empresários têm sido ameaçados com a prisão de suas famílias. Outros foram encarcerados e suas casas invadidas. Para se salvarem dessa situação, pediam para eles muito dinheiro, além de que culpassem outros empresários ou altos funcionários do governo anterior.
O desespero devido à divulgação destas provas está começando a se espalhar entre os funcionários delinquentes e os faz cometerem erros. Alguns dias atrás, Paula Olivetto, uma legisladora da aliança do governo, apresentou uma denúncia penal acusando um ex-funcionário kirchnerista preso, Roberto Baratta, de ter sido quem organizou este suposto operativo contra o procurador Carlos Stornelli. Esta denúncia não faz sentido, porque, se o ex-funcionário tinha ou não conhecimento de uma causa judicial em andamento, é irrelevante.
As provas que ela apresentou consistem em escutas telefônicas ao detento que são ilegais e uma clara violação aos seus direitos. E não é um dado pouco importante: na Argentina, qualquer funcionário público que saiba de um crime tem a obrigação de denunciá-lo e, portanto, agora, a legisladora Paula Olivetto tornou-se cúmplice de um crime.
Tem outro detalhe que complica todos esses personagens ainda mais: o escritório onde se realizam as intervenções judiciais de linhas telefônicas tem como empregado Mateo Nicolás Stornelli, filho do procurador Carlos Stornelli.
Faz 40 anos que a família Stornelli utiliza o Estado argentino para se beneficiar. Se esses fatos forem comprovados, exporão o pacto da classe política e a ditadura como nunca antes. A metodologia utilizada pelo procurador não tem mais do que alguns detalhes diferentes daquela que usavam os companheiros de armas do seu pai. Seu filho, hoje convertido em beneficiário econômico e cúmplice de outros crimes graves contra os direitos humanos, é a prova mais evidente da sua impunidade.
O escândalo está cuidadosamente silenciado pelo governo de Mauricio Macri, mas não consegue conter a enorme avalanche de provas de corrupção contra seu próprio governo, que arrasa com as instituições e manifesta a degradação do pacto social nesta farsa vestida de democracia que faz tremer os pilares da República.
Macri y la avalancha: el escándalo más grande de la historia argentina
Un escándalo de proporciones bíblicas sacude a la Argentina.
El gobierno de Mauricio Macri no puede detener la avalancha de inmundicia que lo salpica en la causa de corrupción más grande de la historia argentina.
Hace unos días, el periodista Horacio Verbitsky dio a conocer algunas de las pruebas de una investigación judicial en la que se demuestra, que funcionarios del poder judicial, en connivencia con el gobierno, han organizado una causa penal extorsionando a empresarios para poder inculpar a exfuncionarios del gobierno de Cristina Kirchner y también a otros empresarios cuyas empresas son estratégicas en el desarrollode la industria nacional.
Hasta ahora, todas eran sospechas, pero el productor agropecuario Pedro Etchebest, con escribanos y abogados, documentó durante meses la extorsión a la que estaba siendo sometido por parte de un abogado vinculado al gobierno nacional: Marcelo D’Alessio, sobrino del escribano general del gobierno, Carlos D’Alessio.
Este personaje no era un desconocido para todos los argentinos, ya que era presentado en los medios de difusión como un “experto en narcotráfico” y habitual columnista de los principales medios escritos, radiales y televisivos.
En los allanamientos que se realizaron en uno de sus domicilios, se encontraron armas de guerra que sólo están en poder del ejército y las fuerzas de seguridad de los Estados Unidos e Israel.
Además se encontraron diez autos de alta gama, equipados con balizas policiales; un camión Scania; una credencial de la agencia norteamericana DEA (Drugs Enforcement Administration); chalecos antibalas de la agencia norteamericana FBI (Federal Bureau of Investigation) y numerosa documentación cuya importancia aún no ha trascendido.
El modus operandi consistía en acercarse a los empresarios nacionales de parte del fiscal federal Carlos Stornelli quien, junto al juez federal Claudio Bonadío, había armado una gran causa judicial en la que investigaban la supuesta corrupción del gobierno de Cristina Kirchner. Esta operación judicial se inició con unos supuestos cuadernos escritos por un ex militar Oscar Centeno, que había sido subordinado del coronel cómplice de la dictadura Atilio Stornelli, padre del fiscal.
Cuando los acusados pidieron acceso a las pruebas, específicamente a los cuadernos para poder peritarlos, les fue negado y más tarde, Centeno declaró que los había prendido fuego.
En realidad, habían cometido un error: publicaron fotos de los cuadernos que habían sido escritos entre 2009 y 2011. Allí se apreciaba que la tapa de algunos de ellos, recién habían salido a la venta a mediados de 2012, por lo que jamás podrían haber sido escritos antes de que existieran.
El juez Bonadío y el fiscal Stornelli no se dieron por vencidos. El escribano general del gobierno y tío del extorsionador legalizó supuestas fotocopias de esos cuadernos y siguieron adelante.
Esta pantomima judicial, viciada de nulidades jurídicas, pudo continuar gracias a la complicidad de los medios de difusión.
Ahora, están a la vista 22 horas de filmaciones; grabaciones; fotografías y capturas de mensajes de whatsapp que evidencian cómo el gobierno a través de algunos de sus funcionarios habrían estado armando causas penales contra personas inocentes, pagándole a abogados de supuestos “arrepentidos” para poder escribir este libreto de terror.
Algunos empresarios han sido amenazados con la prisión de sus familias. Otros fueron encerrados y sus casas allanadas. A todos se les ofrecía salvarse de esa situación si pagaban una suma millonaria, e inculpaban a otros empresarios o funcionarios del anterior gobierno.
La desesperación ante la difusión de estas pruebas, está empezando a cundir entre los funcionarios delincuentes y los hace cometer errores. Hace unos días, Paula Olivetto, una legisladora de la alianza de gobierno, presentó una denuncia penal acusando a un ex funcionario kirchnerista detenido, Roberto Baratta, de haber sido quien organizó esta supuesta operación contra el fiscal Carlos Stornelli. Esta denuncia carece de sentido, ya que si el ex funcionario tenía o no conocimiento de una causa judicial en curso, es irrelevante.
Las pruebas que presentó consisten en escuchas telefónicas ilegales al detenido, lo que consiste una clara violación de sus derechos. Y no es un dato menor: en Argentina, cualquier funcionario público que tome conocimiento de un delito tiene la obligación de denunciarlo, por lo que ahora, la legisladora Paula Olivetto, se ha convertido en cómplice de un delito.
Hay otro detalle que complica más a todos estos personajes: la oficina donde se realizan las intervenciones judiciales de líneas telefónicas tiene como empleado a Mateo Nicolás Stornelli, hijo del fiscal Carlos Stornelli.
Hace 40 años que la familia Stornelli utiliza el Estado argentino para beneficiarse. De comprobarse estos hechos, expondrían el pacto de la clase política y la dictadura como nunca antes. La metodología utilizada por el fiscal no difiere más que en algunos detalles, de la que usaban los compañeros de armas de su padre. Su hijo, hoy convertido en beneficiario económico y cómplice de otros graves delitos contra los derechos humanos, es la más cabal muestra de la impunidad que gozan.
El escándalo es prolijamente silenciado por el gobierno de Mauricio Macri pero no logra contener la enorme avalancha de pruebas de corrupción contra su propio gobierno, que arrasa con las instituciones y ponen de manifiesto la degradación del pacto social en esta farsa vestida de democracia haciendo temblar los pilares de la República.
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Débora Mabaires é apresentadora, radialista e cronista. Mora em Buenos Aires.