Stella Calloni, especialista em geopolítica internacional, representante de Diálogos do Sul na Argentina, considera “gravíssimo o anúncio da ministra de Segurança da Nação, Patrícia Bullrich, sobre a instalação em Missiones, de uma “task force” com militares estadunidenses para combater o narcotráfico e terrorismo: “Tudo isso é uma encenação dramática de ocupação militar com forças de deslocamento rápido”.
Ela assegurou que “a DEA não só se ocupa do narcotráfico, mas também de inteligência, como foi demonstrado na Bolívia”. Para não deixar nenhuma dúvida, Stella afirmou: “Eu, pessoalmente, visitei as casas de tortura que a DEA manejava em território boliviano”.
Calloni lembrou que possui documentação que prova que nos anos 1980 “foi encontrado, na região boliviana do Chapare, um laboratório de processamento de cocaína que estava sendo operado pela DEA e pela CIA”, e que essa droga era comercializada para obter dinheiro para financiar os mercenários que, na época, combatiam o governo sandinista da Nicarágua, os chamados “Contras”.
Calloni descartou enfaticamente o argumento dos EUA, avalizado pelo governo Macri, de que a guerrilha libanesa Hezbollah possui células operacionais na região da tríplice fronteira: “Até o Bin Laden eles colocaram na Tríplice Fronteira”, recordou ironicamente.
Durante o bate-papo, Calloni repassou uma série de fatos que demonstram a execução de uma estratégia planejada por Washington para manter forças e organismos de controle e espionagem por toda a geografia latino-americana, que encontraram no território argentino campo fértil para seu desenvolvimento a partir da posse do governo de Macri. No áudio que acompanha esta nota, a entrevista completa com a prestigiosa analista aqui.