Machismo entre ‘gamers’: profissional de e-Sports assassinada por outro jogador

Foto: reproduçãp

No início desta semana, a profissional de esportes virtuais (e-sports), Ingrid Bueno, de 19 anos, foi morta por outro jogador, Guilherme Alves Costa, de 18 anos. Ambos jogavam “Call of Duty: Mobile” profissionalmente em equipes diferentes e se conheceram online.

Em email enviado após o assassinato à Professora Lola Aronovich, Guilherme contou que passou a nutrir um ódio por mulheres nos últimos anos. O Assassinato de Sol, como Ingrid era conhecida no mundo dos games, evidencia o machismo e o ódio a mulheres existentes no ambiente dos jogos virtuais, assim como em toda a sociedade.
Segundo uma pesquisa realizada por três empresas do ramo da tecnologia, as mulheres representam 52% do público consumidor de jogos online no Brasil. Mesmo assim, elas são apenas 10% dos desenvolvedores de games no mundo. Isso evidencia como o mundo dos games ainda é criado através de uma visão majoritariamente masculina, e que frequentemente reforça um imaginário de submissão, controle e sexualização das mulheres.

Uma reportagem da Bloomberg mostrou que a Ubisoft, empresa desenvolvedora de jogos, descartou ou diminuiu a atuação de protagonistas femininas em diversos games da franquia Assassin’s Creed devido ao medo de não venderem tão bem quanto jogos com protagonistas homens.
Sabemos que a violência e o machismo não resumem toda a comunidade gamer, que é ampla e diversa. Nos solidarizamos com a família e amigos de Ingrid e nos somamos especialmente àqueles que se opõem aos ideais nocivos que fortalecem práticas violentas. Empresas e comunidades de jogadores precisam se posicionar para que o ambiente de jogos virtuais reflita cada vez mais um espaço de diversão, seja por lazer ou por profissão, em que todos possam estar seguros.
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